Autor do livro “Acupuntura
Urbana”, lançado pela Record em 2003, Jaime Lerner é reconhecido
internacionalmente como planejador de cidades, e tem criado projetos focais,
dentro do conceito de acupuntura urbana, como os que vêm realizando no Japão,
no México, na República Dominicana, em Angola, no Uruguai e no Brasil, em
Macaé, Niterói, Porto Alegre, Belo Horizonte e Florianópolis.
Em sua visão, as cidades do
futuro não serão muito diferentes do que são hoje, como as cidades de hoje não
são diferentes das cidades de trezentos anos atrás. O que precisa ser feito é a
simplificação das estruturas. Para ele, o maior erro é separar as funções da
cidade, como habitação, trabalho, recreação e circulação. Os guetos de gente
pobre e gente rica, a separação das pessoas é um erro. Jaime compara as cidades
a um casco de tartaruga. Se cortarmos o casco (morar em um lugar, trabalhar em
outro local distante, e recrear em outro local mais distante ainda) estamos
matando a tartaruga.
(foto: fabiocampana.com.br)
A cidade é uma estrutura humana,
e quanto mais houver mistura de gente, mais humana ela será. O segredo é
convivência, coexistência e tolerância. Grande exemplo disso é Curitiba, onde
80% da população vivem em um ambiente de vizinhança diversificada. Não só o
transporte precisa ser integrado (táxis, ônibus, trens, metrôs e até bicicletas
funcionando de maneira integrada, como um organismo) mas também precisa haver
integração entre as pessoas. Não é à toa que Lerner abandonou a política no
início de 2003 e dedicou-se unicamente a criar soluções para a urbanização. A
solução para as cidades – afirma Lerner – é a sociodiversidade.
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