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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

#365Livros - #Livro351 - UMA DOSE MORTAL (II)

Uma dose mortal
Agatha Christie
Parte II

O livro matou minhas saudades do estilo de escrita de Agatha. Imagine você, no dentista, aquela situação horrível, em que você está virtualmente desarmado, afinal, está com a boca aberta, extremamente desconfortável, poderia até ser assassinado.... é nessa situação que os personagens se encontram, o grego Amberiotis, a Srta. Sainsbury Seale, o milionário Alistair Blunt, entre outras pessoas sofredoras por irem ao dentsta. Entre eles, um homem baixinho, impecavelmente vestido, chapéu, bengala e bigodes. É divertido ver a situação de Poirot.

“Mesmo na vida dos grandes homens ocorrem situações humilhantes. É sabido que nenhum homem é um herói diante do seu criado de quarto; e muito menos (deve-se acrescentar) diante do seu dentista. Hercule Poirot sentia-se morbidamente consciente disso. Sempre fora um homem acostumado a ter uma boa impressão de si mesmo. Afinal ele era, realmente, superior a maioria dos homens em muitas coisas. naquele momento, porém, sentia-se incapaz de qualquer sentimento de superioridade: era um mortal como qualquer outro, apavorado diante da cadeira do dentista.”

Poirot ainda desfrutava da alegria de sentir-se aliviado por já ter passado pelo dentista, já em casa, algumas horas após a consulta, quando o telefone toca. Japp, o inspetor da Scotland Yard, amigo de Poirot, lhe avisa sinistramente que seu dentista suicidara-se. Sim, Poirot sabe que um suicida, em geral, não passa normalmente por uma manhã de trabalho para dar cabo da sua vida. Poirot sabe também que uma mulher perdera a fivela de seu sapato bem na sua frente, pela manhã, a Srta. Sainsbury Seale, e isso ficaria guardado em sua mente até o momento oportuno. 

Aliás, chego ao ponto do titulo do livro atravessei toda a história esperando pela dose mortal. Uma dose mortal de que? De nada! A melhor tradução para o título seria a tradução usada pelo seriado “Poirot”, da Grã-Bretanha, que assisti no Youtube (o seriado adaptou todos os livros em que Poirot figura, incluindo Uma dose mortal): Seja sensato, amarre meu sapato. Como em vários outros livros, Agatha utilizou de uma cantiga infantil para titular seu livro: One, two, buckle my shoe, que não tem tradução para o português, o mais próximo seria algo como o titulo que cite acima. Enfim, a tradução foi muito infeliz, pois o sapato de Sainsbury Seale é uma das armas de Poirot para descobrir o assassino.

A despeito da tradução do título, o livro é excelente, apesar do final ser meio desanimador. Mais duas mortes ocorrem, e mais uma ocorreria, se não fosse a incorruptibilidade de Hercule Poirot.

“Não me interessa o país, e sim os indivíduos que tem o direito a vida e não podem ser usados como fantoches.”

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