Submarino

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sábado, 29 de maio de 2010

... e livrai-nos do Serra, Amém.

                             Andei colhendo por aí algumas opiniões do povo a respeito do Serra, que está enganando tanta gente com a sua aura de anjinho... Esteve no Rio Grande do Sul, e quando os repórteres do Jornal Zero Hora perguntaram sobre seus planos de governo e sua opinião sobre as privatizações, ele não respondeu. Ficou na defensiva. E ainda tem alguns brasileiros otários que dizem que ele é humilde e não submisso... Essa é boa. O brasileiro é manipulado pela mídia com tanta facilidade, dá até medo...
                    As opiniões mais interessantes, eu resolvi publicar aqui:

“Desonesto e corrupto”:

- Assumiu o compromisso público de não abandonar a prefeitura de SP;
- Os donos da Planam afirmam que ele está envolvido com a máfia das ambulâncias;
- Anda mancomunado com seu ex-vice Arruda e Kassab;


“Incompetente”:

- Há "16 anos” não conseguiu resolver o problema das enchentes e alagamentos de SP;
- É a personificação da incompetência;
- Nunca completou um mandato! NENHUM MESMO;
- Ajudou na aprovação da “reeleição” do ex-presidente FHC;
- Diz que a gripe suína é transmitida pelo espirro dos porquinhos;


“Preguiçoso”:

- Só acorda depois das 11 da manhã;
- Finge que governa;


“Privatizador”:

- Privatizou e ajudou nas privatizações da Vale do Rio Doce, Banespa, Nossa Caixa, Telesp e outras;


 "Mentiroso”:

- Diz que fez o que outros fizeram: Pai dos Genéricos, do Real e etc..;
- Diz que é médico e economista, sem nunca ter sido nenhum dos dois;


“Cínico”:

- Faz de conta que não, mas se borra todo quando FHC aparece em público para falar;
- Quando participa de conferências internacionais ou eventos, paga para posar ao lado de astros (como fez com Schwarzenegger e  Madonna);


"Presunçoso”:

- É a arrogância em estado sólido;


“Manipulador”:

- Tem linha direta com os jornais do PIG;


“Preconceituoso”:

- Não gosta de pobres e nordestinos;
- Criticou a "produção independente" da apresentadora de televisão Xuxa;


Ele é candidato do FHC:

- Que chamou os aposentados de vagabundos.
- Que causou racionamento de energia no Brasil.
- Que privatizou as grandes empresas vendendo-as por uma ninharia.
- Que comprou votos para aprovar a reeleição em proveito próprio.
- Que faliu o Brasil duas vezes e pediu empréstimos ao FMI.
- Que causou desemprego em massa.
- Que desvalorizou o Real.
- Que aumentou os juros para 45% ao ano.
- Que morre de inveja da popularidade e do sucesso do Presidente Lula.
- Que causa a derrota dos candidatos do PSDB em eleição presidencial.
- Que foi líder no governo de Sarney.

Acho que não preciso dizer mais nada...

domingo, 23 de maio de 2010

Mundo Virtual Versus Mundo Real

Em Tempo de Copa do Mundo...

Em tempo de copa do mundo, quero republicar aqui este texto para que possamos parar e pensar um pouco:

"Um país que crianças elimina
E não houve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é que domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão passa a servir
E maltratam o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país.

Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com noventa milhões de analfabetos
E multidão maior de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas os corruptos têm voz, têm vez, têm bis
E o respaldo de um estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é, com certeza, o meu país.

Um país que seus índios discrimina
E a ciência e a arte não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde a escola não ensina
E o hospital não dispõe de raio-x
Onde o povo da vila só é feliz
Quando tem água da chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é, com certeza, o meu país.

Um país que é doente, não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que perdeu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividiram o Brasil em mil Brasis
Para melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser um país de faz-de-conta
Mas não é, com certeza, o meu país.

Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornô e inglês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
E não sabe curar a cicatriz
Desse povo tão bom que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é, com certeza, o meu país"

sábado, 22 de maio de 2010

Não Contem Com O Fim Do Livro

                    O bom humor parece ser a principal característica do semiólogo, ensaísta e escritor italiano Umberto Eco. Se não, é a mais evidente. Ao pasmado visitante, boquiaberto diante de sua coleção de 30 mil volumes guardados em seu escritório/residência em Milão, ele tem duas respostas prontas quando é indagado se leu toda aquela vastidão de papel. “Não. Esses livros são apenas os que devo ler na semana que vem. Os que já li estão na universidade” – é a sua preferida. “Não li nenhum”, começa a segunda. “Se não, por que os guardaria?”
                    Na verdade, a coleção é maior, beira os 50 mil volumes, pois os demais estão em outra casa, no interior da Itália. E é justamente tal paixão pela obra em papel que convenceu Eco a aceitar o convite de um colega francês, Jean-Phillippe de Tonac, para, ao lado de outro incorrigível bibliófilo, o escritor e roteirista Jean-Claude Carrière, discutir a perenidade do livro tradicional. Foram esses encontros (“muito informais, à beira da piscina e regados com bons uísques”, informa Umberto Eco) que resultaram em Não Contem Com o Fim do Livro, que a editora Record lança na segunda quinzena de abril.
                    A conclusão é óbvia: tal qual a roda, o livro é uma invenção consolidada, a ponto de as revoluções tecnológicas, anunciadas ou temidas, não terem como detê-lo. Qualquer dúvida é sanada ao se visitar o recanto milanês de Eco, como fez o Estado na última quarta-feira. Localizado diante do Castelo Sforzesco, o apartamento – naquele dia soprado por temperaturas baixíssimas, a neve pesada insistindo em embranquecer a formidável paisagem que se avista de sua sacada – encontra-se em um andar onde antes fora um pequeno hotel. “Se eram pouco funcionais para os hóspedes, os longos corredores são ótimos para mim pois estendo aí minhas estantes”, comenta o escritor, com indisfarçável prazer, ao apontar uma linha reta de prateleiras repletas que não parecem ter fim. Os antigos quartos? Transformaram-se em escritórios, dormitórios, sala de jantar, etc. O mais desejado, no entanto, é fechado a chave, climatizado e com uma janela que veda a luz solar: lá estão as raridades, obras produzidas há séculos, verdadeiros tesouros. Isso mesmo: tesouros de papel.
                    Conhecido tanto pela obra acadêmica (é professor aposentado de semiótica, mas ainda permanece na ativa na Faculdade de Bolonha) como pelos romances (O Nome da Rosa, publicado em 1980, tornou-se um best-seller mundial), Eco é um colecionador nato; além de livros, gosta também de selos, cartões-postais, rolhas de champanhe. Na sala de seu apartamento, estantes de vidro expõem tantos os livros raros – que, no momento, lideram sua preferência – como conchas, pedras, pedaços de madeira. As paredes expõem quadros que Eco arrematou nas visitas que fez a vários países ou que simplesmente ganhou de amigos – caso de Mário Schenberg (1914-1990), físico, político e crítico de arte brasileiro, de quem o escritor guarda as melhores recordações.
                    Aos 78 anos, Eco – que tem relançado no País Arte e Beleza na Estética Medieval (Record, 368 págs., R$ 47,90, tradução de Mario Sabino) – exibe uma impressionante vitalidade. Diverte-se com todo tipo de cinema (ao lado de seu aparelho de DVD repousa uma cópia da animação Ratatouille), mantém contato com seus alunos em Bolonha, escreve artigos para jornais e revistas e aceita convites para organizar exposições, como a que o transformou, no ano passado, em curador, no Museu do Louvre, em Paris. Lá, o autor teve o privilégio de passear sozinho pelos corredores do antigo palácio real francês nos dias em que o museu está fechado. E, como um moleque levado, aproveitou para alisar o bumbum da Vênus de Milo. Foi com esse mesmo espírito bem-humorado que Eco – envergando um elegante terno azul-marinho, que uma revolta gravata da mesma cor tratava de desalinhar; o rosto sem a característica barba grisalha (raspada religiosamente a cada 20 anos e, da última vez, em 2009, também porque o resistente bigode preto o fazia parecer Gengis Khan nas fotos) – conversou com a reportagem do Sabático.

O livro não está condenado, como apregoam os adoradores das novas tecnologias?

HE: O desaparecimento do livro é uma obsessão de jornalistas, que me perguntam isso há 15 anos. Mesmo eu tendo escrito um artigo sobre o tema, continua o questionamento. O livro, para mim, é como uma colher, um machado, uma tesoura, esse tipo de objeto que, uma vez inventado, não muda jamais. Continua o mesmo e é difícil de ser substituído. O livro ainda é o meio mais fácil de transportar informação. Os eletrônicos chegaram, mas percebemos que sua vida útil não passa de dez anos. Afinal, ciência significa fazer novas experiências. Assim, quem poderia afirmar, anos atrás, que não teríamos hoje computadores capazes de ler os antigos disquetes? E que, ao contrário, temos livros que sobrevivem há mais de cinco séculos? Conversei recentemente com o diretor da Biblioteca Nacional de Paris, que me disse ter escaneado praticamente todo o seu acervo, mas manteve o original em papel, como medida de segurança.

Qual a diferença entre o conteúdo disponível na internet e o de uma enorme biblioteca?

HE: A diferença básica é que uma biblioteca é como a memória humana, cuja função não é apenas a de conservar, mas também a de filtrar – muito embora Jorge Luis Borges, em seu livro Ficções, tenha criado um personagem, Funes, cuja capacidade de memória era infinita. Já a internet é como esse personagem do escritor argentino, incapaz de selecionar o que interessa – é possível encontrar lá tanto a Bíblia como Mein Kampf, de Hitler. Esse é o problema básico da internet: depende da capacidade de quem a consulta. Sou capaz de distinguir os sites confiáveis de filosofia, mas não os de física. Imagine então um estudante fazendo uma pesquisa sobre a 2.ª Guerra Mundial: será ele capaz de escolher o site correto? É trágico, um problema para o futuro, pois não existe ainda uma ciência para resolver isso. Depende apenas da vivência pessoal. Esse será o problema crucial da educação nos próximos anos.

Não é possível prever o futuro da internet?

HE: Não para mim. Quando comecei a usá-la, nos anos 1980, eu era obrigado a colocar disquetes, rodar programas. Hoje, basta apertar um botão. Eu não imaginava isso naquela época. Talvez, no futuro, o homem não precise escrever no computador, apenas falar e seu comando de voz será reconhecido. Ou seja, trocará o teclado pela voz. Mas realmente não sei.

Como a crescente velocidade de processar dados de um computador poderá influenciar a forma como absorvemos informação?

HE: O cérebro humano é adaptável às necessidades. Eu me sinto bem em um carro em alta velocidade, mas meu avô ficava apavorado. Já meu neto consegue informações com mais facilidade no computador do que eu. Não podemos prever até que ponto nosso cérebro terá capacidade para entender e absorver novas informações. Até porque uma evolução física também é necessária. Atualmente, poucos conseguem viajar longas distâncias – de Paris a Nova York, por exemplo – sem sentir o desconforto do jet lag. Mas quem sabe meu neto não poderá fazer esse trajeto no futuro em meia hora e se sentir bem?

É possível existir contracultura na internet?

HE: Sim, com certeza, e ela pode se manifestar tanto de forma revolucionária como conservadora. Veja o que acontece na China, onde a internet é um meio pelo qual é possível se manifestar e reagir contra a censura política. Enquanto aqui as pessoas gastam horas batendo papo, na China é a única forma de se manter contato com o restante do mundo.

Em um determinado trecho de ‘Não Contem Com o Fim do Livro’, o senhor e Jean-Claude Carrière discutem a função e preservação da memória – que, como se fosse um músculo, precisa ser exercitada para não atrofiar. Como é isso?

HE: De fato, é importantíssimo esse tipo de exercício, pois estamos perdendo a memória histórica. Minha geração sabia tudo sobre o passado. Eu posso detalhar sobre o que se passava na Itália 20 anos antes do meu nascimento. Se você perguntar hoje para um aluno, ele certamente não saberá nada sobre como era o país duas décadas antes de seu nascimento, pois basta dar um clique no computador para obter essa informação. Lembro que, na escola, eu era obrigado a decorar dez versos por dia. Naquele tempo, eu achava uma inutilidade, mas hoje reconheço sua importância. A cultura alfabética cedeu espaço para as fontes visuais, para os computadores que exigem leitura em alta velocidade. Assim, ao mesmo tempo que aprimora uma habilidade, a evolução põe em risco outra, como a memória. Lembro-me de uma maravilhosa história de ficção científica escrita por Isaac Asimov, nos anos 1950. É sobre uma civilização do futuro em que as máquinas fazem tudo, inclusive as mais simples contas de multiplicar. De repente, o mundo entra em guerra, acontece um tremendo blecaute e nenhuma máquina funciona mais. Instala-se o caos até que se descobre um homem do Tennessee que ainda sabe fazer contas de cabeça. Mas, em vez de representar uma salvação, ele se torna uma arma poderosa e é disputado por todos os governos – até ser capturado pelo Pentágono por causa do perigo que representa (risos). Não é maravilhoso?

No livro, o senhor e Carrière comentam sobre como a falta de leitura de alguns líderes influenciou suas errôneas decisões...

HE: Sim, escrevi muito sobre informação cultural, algo que vem marcando a atual cultura americana que parece questionar a validade de se conhecer o passado. Veja um exemplo: se você ler a história sobre as guerras da Rússia contra o Afeganistão no século 19, vai descobrir que já era difícil combater uma civilização que conhece todos os segredos de se esconder nas montanhas. Bem, o presidente George Bush, o pai, provavelmente não leu nenhuma obra dessa natureza antes de iniciar a guerra nos anos 1990. Da mesma forma que Hitler devia desconhecer os relatos de Napoleão sobre a impossibilidade de se viajar para Moscou por terra, vindo da Europa Ocidental, antes da chegada do inverno. Por outro lado, o também presidente americano Roosevelt, durante a 2.ª Guerra, encomendou um detalhado estudo sobre o comportamento dos japoneses para Ruth Benedict, que escreveu um brilhante livro de antropologia cultural, O Crisântemo e a Espada. De uma certa forma, esse livro ajudou os americanos a evitar erros imperdoáveis de conduta com os japoneses, antes e depois da guerra. Conhecer o passado é importante para traçar o futuro.

Diversos historiadores apontam os ataques terroristas contra os americanos em 11 de setembro de 2001 como definidores de um novo curso para a humanidade. O senhor pensa da mesma forma?

HE: Foi algo realmente modificador. Na primeira guerra americana contra o Iraque, sob o governo de Bush pai, havia um confronto direto: a imprensa estava lá e presenciava os combates, as perdas humanas, as conquistas de território. Depois, em setembro de 2001, se percebeu que a guerra perdera a essência de confronto humano direto – o inimigo transformara-se no terrorismo, que podia se personificar em uma nação ou mesmo nos vizinhos do apartamento ao lado. Deixou de ser uma guerra travada por soldados e passou para as mãos dos agentes secretos. Ao mesmo tempo, a guerra globalizou-se; todos podem acompanhá-la pela televisão, pela internet. Há discussões generalizadas sobre o assunto.

Falando agora sobre sua biblioteca, é verdade que ela conta com 50 mil volumes?

HE: Sim, de uma forma geral. Nesse apartamento em Milão, estão apenas 30 mil – o restante está no interior da Itália, onde tenho outra casa. Mas sempre me desfaço de algumas centenas, pois, como disse antes, é preciso fazer uma filtragem.

Por que o senhor impediu sua secretária de catalogá-los?

HE: Porque a forma como você organiza seus livros depende da sua necessidade atual. Tenho um amigo que mantém os seus em ordem alfabética de autores, o que é absolutamente estúpido, pois a obra de um historiador francês vai estar em uma estante e a de outro em um lugar diferente. Eu tenho aqui literatura contemporânea separada por ordem alfabética de países. Já a não contemporânea está dividida por séculos e pelo tipo de arte. Mas, às vezes, um determinado livro pode tanto ser considerado por mim como filosófico ou de estética da arte; depende do motivo da minha pesquisa. Assim, reorganizo minha biblioteca segundo meus critérios e somente eu, e não uma secretária, pode fazer isso. Claro que, com um acervo desse tamanho, não é fácil saber onde está cada livro. Meu método facilita, eu tenho boa memória, mas, se algum idiota da família retira alguma obra de um lugar e a coloca em outro, esse livro está perdido para sempre. É melhor comprar outro exemplar (risos).

Um estudioso que também é seu amigo, Marshall Blonsky, escreveu certa vez que existe de um lado Umberto, o famoso romancista, e de outro Eco, professor de semiótica.

HE: E ambos sou eu (risos). Quando escrevo romances, procuro não pensar em minhas pesquisas acadêmicas – por isso, tiro férias. Mesmo assim, leitores e críticos traçam diversas conexões, o que não discuto. Lembro de que, quando escrevia O Pêndulo de Foucault, fiz diversas pesquisas sobre ciência oculta até que, em um determinado momento, elas atingiram tal envergadura que temi uma teorização exagerada no romance. Então, transformei todo o material em um curso sobre ciência oculta, o que foi muito bem-feito.

Por falar em ‘O Pêndulo de Foucault’, comenta-se que o senhor antecipou em muito tempo O Código Da Vinci, de Dan Brown...

HE: Quem leu meu livro sabe que é verdade. Mas, enquanto são os meus personagens que levam a sério esse ocultismo barato, Dan Brown é quem leva isso a sério e tenta convencer os leitores de que realmente é um assunto a ser considerado. Ou seja, fez uma bela maquiagem. Fomos apresentados neste ano em uma première do Teatro Scala e ele assim se apresentou: “O senhor não me admira, mas eu gosto de seus livros.” Respondi: Não é que eu não goste de você – afinal, eu criei você (risos).

Em seu mais conhecido romance, O Nome da Rosa, há um momento em que se discute se Jesus chegou a sorrir. É possível pensar em senso de humor quando se trata de Deus?

HE: De acordo com Baudelaire, é o Diabo quem tem mais senso de humor (risos). E, se Deus realmente é bem-humorado, é possível entender por que certos homens poderosos agem de determinada maneira. E se ainda a vida é como uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, como Shakespeare apregoa em Macbeth, é preciso ainda mais senso de humor para entender a trajetória da humanidade.

Como foi a exposição no Museu do Louvre, em Paris, da qual o senhor foi curador, no ano passado?

HE: Há quatro anos, o museu reserva um mês para um convidado (Toni Morrison foi escolhida certa vez) organizar o que bem entender. Então, me convidaram e eu respondi que queria fazer algo sobre listas. “Por quê?”, perguntaram. Ora, sempre usei muitas listas em meus romances – até pensei em escrever um ensaio sobre esse hábito. Bem, quando se fala em listas na cultura, normalmente se pensa em literatura. Mas, como se trata de um museu, decidi elaborar uma lista visual e musical, essa sugerida pela direção do Louvre. Assim, tive o privilégio (que não foi oferecido a Dan Brown) de visitar o museu vazio, às terças-feiras, quando está fechado. E pude tocar a bunda da Vênus de Milo (risos) e admirar a Mona Lisa a apenas 20 centímetros de distância.

O senhor esteve duas vezes no Brasil, em 1966 e 1979. Que recordações guarda dessas visitas?

HE: Muitas. A primeira, em São Paulo, onde dei algumas aulas na Faculdade de Arquitetura (da USP), que originaram o livro A Estrutura Ausente. Já na segunda fui acompanhado da família e viajamos de Manaus a Curitiba. Foi maravilhoso. Lembro-me de meu editor na época pedindo para eu ficar para o carnaval e assistir ao desfile das escolas de samba de camarote, o que não pude atender. E também me recordo de imagens fortes, como a da moça que cai em transe em um terreiro (para o qual fui levado por Mario Schenberg) e que reproduzo em O Pêndulo de Foucault.

Ubiratan Brasil, para o Caderno 2 do Estadão

Últimas Notícias do Futebol

Dia da Toalha

                    O dia 25 de maio foi o dia escolhido para este evento - podemos chamar assim - mundial. Esta homenagem é dedicada ao grande autor do livro "O GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS", Douglas Adams.
                    A princípio, haviam escolhido uma data uma semana após o falecimento deste grande autor, mas como não deu tempo pra organizar, mudaram para duas semanas. Alguem poderia sugerir: "E porque não 42 dias após sua morte???" O problema é que 42 dias é muito tempo, e uma nave Vogon poderia eliminar o planeta nesse meio tempo...
A toalha é citada no livro como uma espécie de canivete suíço... Serve para quase tudo, ATÉ PRA SE SECAR:

"A toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você - estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro; e naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoalvemente limpa."
 
Então, no dia da toalha, como um bom mochileiro das galáxias, leve sua toalha com você aonde for: Na escola, no trabalho, na faculdade, no mercado, no shopping... Você pode usá-la como turbante, presa na cintura, no ombro... Seja criativo. E no fim do dia, ainda pode tomar um bom banho e secar-se com ela...
 
Saiba mais sobre Douglas Adams.
 
POR FAVOR, NÃO CONFUNDAM "DIA DA TOALHA" COM DIA DO ORGULHO NERD, OU FREEK, OU GEEEK, OU SEJA LÁ O QUE FOR... É DIA DA TOALHA, UMA HOMENAGEM A DOUGLAS ADAMS, É ISSO. Se fosse o dia do orgulho nerd, você precisaria ser nerd para se orgulhar disso, não concorda??? E pra você ser um nerd, você precisa saber que este dia é dedicado ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE a Douglas Adams, e mais nada...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Globo versus ECT

                    Publiquei aqui semanas atrás uma matéria mostrando o interesse e dedicação da rede globo em menosprezar o trabalho da ECT. Hoje venho aqui exclusivamente pra zoar a Globo, isso mesmo, zoar. Tudo que a Globo faz é querer vender o Brasil, apoiando políticos que tem o mesmo interesse, e defendendo por trás do pano a manipulação do povo brasileiro. Na pesquisa anual de marcas valiosas, a Globo perdeu para a ECT, mais um motivo pra manter a mágoa e continuar criticando essa empresa, que apesar de tudo, mantêm um serviço postal bom, e mantêm o pão de cada dia de 110 mil famílias. O que quero deixar claro aqui é que a marca ECT VALE MAIS QUE A marca globo!!! Rede globo, você perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu! Perdeu!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Última Missão da Atlantis

                    O ônibus espacial Atlantis foi lançado nesta sexta-feira na Flórida, Estados Unidos, para realizar aquela que deve ser sua última missão.
                    A decolagem aconteceu no Kennedy Space Center por volta de 14h20, horário local (15h20 em Brasília).
Durante a missão, que deve durar doze dias, os seis astronautas da Atlantis levarão suprimentos, peças e um novo laboratório russo para a Estação Espacial Internacional (EEI).
                    Este foi o terceiro dos cinco lançamentos de ônibus espaciais programados para este ano. A Nasa também prevê, até o fim de 2010, missões do Discovery e do Endeavour.
Depois disso, a frota de ônibus espaciais deve ser aposentada pela Nasa, e as naves serão levadas para museus.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Para refletir (Wanessa Potter)

Uma familia sofria a angústia de ver um familiar sofrer de uma doença grave. No hospital, o médico aproxima-se dos familiares.
- Nós temos uma alternativa, entretanto é altamente arriscada. É uma técnica moderníssima, pouco testada, é um risco, mas uma possibilidade. É um transplante de cérebro, uma alternativa, porém um risco, além de ter um custo muito elevado.
- Mas qual é o custo dessa operação, doutor? - quis saber um dos familiares.
- Depende - explicou o médico - Cérebros masculinos e de mulheres loiras custam seis mil reais. Cérebros de mulheres  morenas custam trezentos reais.
Silêncio. Alguns parentes abafam as risadas. Como sempre, uma hora um curioso se manifestou.
- Mas, doutor, porque essa discrepância de preços?
- É uma questão de mercado. Nós precisamos baixar os preços dos cérebros de mulheres morenas porque eles vêm usados.

P.S.: eu conheço um cérebro masculino que não tem preço. Mas ele não está a venda.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Alguem que pede socorro (Wanessa Potter)

Por favor!!!! Sou uma pessoa que precisa desesperadamente ganhar um dinheiro sem sair de casa, mas na internet você só ouve falar de piramide! Por favor!!!! Preciso de uma maneira legal e eficaz de ganhar dinheiro fora de um emprego ortodoxo. Não sou uma preguiçosa! Sou uma pessoa CANSADA de ser mandada por otários e velhacos. Preciso de um emprego que me de independência e liberdade, e que não seja uma pirâmide!!!

domingo, 9 de maio de 2010

Nunca Antes na História Deste País (Marcelo Tas)

Parabéns ao nosso ídolo nerd Marcelo Tas. Aguardamos com ansiedade este livro que promete...
Nunca Antes na História Deste País, um livro sobre o nosso presidente.
Confira!

Dia das Mães

Parabéns a todas as mães, vocês não fazem idéia do poder que vocês tem, do que vocês representam pra uma família, do que vocês são para cada membro desta família da qual fazem parte. Uma mãe pode unir todos, ou pôr tudo a perder. Uma mãe pode ser a fonte da paz, ou a fonte da discórdia. Vocês são especiais, vocês são a diferença. Infelizmente hoje há muitas mães que apenas tem esse título porque tem um filho, porque não querem assumir suas responsabilidades. Há muitos homens fazendo papel de mãe, os quais tambem merecem ser reconhecidos. Mãe é aquela que está ao lado de seus filhos não só nas horas felizes, mas tambem nas horas difíceis. Mãe é aquela que protege e defende seus filhos em qualquer situação. Mãe é sinônimo de segurança e paz. MÃES, PARABÉNS VOCÊS!!!

sábado, 8 de maio de 2010

Marcelo Tas

                    O mestre de cerimônias do CQC. O homem que faz você rir com cobertura política. O homem que faz o que Jô Soares e Chico Anysio faziam: Humor inteligente. O homem que está sempre à frente do seu tempo e por dentro de todas as novas tecnologias. Dizem seus colegas que ele tem mania de distribuir a todos artigos curiosos, e estar perto dele é estar sempre bem informado. O Tas virou referência.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Batman 3

Esta eu li no Jovem Nerd News: O Filme Batman 3 já tem data prevista de lançamento que foi divulgada pela Warner Bros. Pictures e será dia 20 de julho de 2012, que curiosamente também é a data prevista para lançamento do novo filme do Homem Aranha, que dará um reinicio à franquia às telonas do cinema, mas sem Sam Raimi na direção e Tobey Macguire no papel do Homem Aranha.
Batman 3, será dirigido por Christopher Nolan e interpretado por Chris Bale. Resta saber qual dos dois filmes terá o maior retorno em bilheteria.



MIB III

                    Eles estão de volta. MIB III. A presença de Will Smith já está confirmada, novamente como o agente J. As negociações para o retorno de Tommy Lee Jones estão em andamento. O filme será em 3D. O lançamento está marcado para 25 de maio de 2012.

Exploração da Fé

                    Há uma igreja por ai que agora está cobrando de seus membros a cadeira na qual eles sentam. Resolveram trocar os bancos por cadeiras estofadas, que custam caro. O problema é que cada membro tem que pagar sua cadeira... engraçado... e o dízimo e as ofertas que são arrecadadas vão pra onde??? Achei que eram para manutenção da igreja.
                    Incrível como o homem consegue distorcer o que Jesus deixou na Bíblia. O modelo de igreja cristã que deveria ser seguido à risca foi abandonado há muito tempo... antes as pessoas símplices compravam lotes no céu, hoje em dia já começam pagando as próprias cadeiras...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Alienígenas na Rússia

E eu que achava que os extraterrenos não entravam em espaço aéreo russo, afinal, é a Grande Mãe Rússia... essa notícia me deixou... "abduzido":

Um parlamentar russo pediu ao presidente do país, Dmitri Medvedev, uma investigação sobre as alegações do governante da região de Kalmikia, no sul do país, de que ele foi abduzido por extraterrestres.
Kirsan Ilyumzhinov, governante de Kalmikia fez a alegação durante um programa de TV. Ele disse que foi levado a bordo de uma espaçonave que teria vindo à Terra coletar amostras e afirma ter várias testemunhas.
O parlamentar Andre Lebedev não está querendo investigar apenas se Ilyumzhinov teria condições psicológicas para continuar governando, mas afirma estar preocupado de que o líder possa ter revelado segredos do governo caso realmente tenha sido capturados por aliens.
Na carta que Lebedev escreveu a Medvedev listando suas preocupações ele diz que "assumindo que a coisa toda não tenha sido uma piada de mau gosto, foi um evento histórico e deve ser reportado ao Kremlin".
O parlamentar pergunta se existem diretrizes oficiais sobre o que integrantes do governo devem fazer se contactados por aliens, especialmente os que têm acesso a documentos secretos.
Governante de Kalmikia há 17 anos, o negociante milionário tem a reputação de ser um tanto quanto excêntrico.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Denúncia - cuidado ao ler

Vou direto ao assunto. Existe um necrotério no Rio de Janeiro em TERRÍVEL estado. Não existe nenhuma condição de higiene, os cadaveres são amontoados juntos, independende do estado, abertos, fechados, não importa. Insetos e vermes se acumulam sobre os corpos em decomposicão; tive o desprazer de ver o corpo de um bebe sendo autopsiado de maneira absurda, sem nenhum cuidado de higiene, acima de tudo, sem nenhum respeito com aquilo que um dia foi um ser humano. Além do problema das autoridades nem se preocuparem com isso, existe o problema ético de cada um que se dedica à medicina legal. Não é que esses profissionais tenham sangue frio, infelizmente muitos deles não têm nada, nem bom senso, nem respeito, nem cérebro. Alunos de medicina, psicologia, e outros cursos com anatomia humana em sua grade, brincam e debocham dos cadéveres. Brincam com orgãos sexuais, sem contar nos próprios necrotérios, onde cadaveres de mulheres viram alvo de desrespeito de ordem sexual. Eu não estou inventando nada nem dando importância a algo que não seja importante. VOCÊ GOSTARIA QUE SEUS FILHOS MORRESSEM ASSASSINADOS, E ALÉM DISSO, SEUS CADÁVERES FICASSE EMPILHADOS, NUS, SENDO DEVORADOS A CÉU ABERTO? QUE O CORPO DE SUA FILHA FOSSE VIOLENTADO?

domingo, 2 de maio de 2010

O que você faria se soubesse quanto tempo de vida as outras pessoas têm?

http://www.youtube.com/watch?v=jPc-o-4Nsbk&feature=fvst

Guerra Nostalgica

Zona da Escrotidão

No meu vocabulário, escroto pode ser usado no sentido figurado e no sentido literal. No sentido figurado, pode ser usado... "carinhosamente", para caracterizar algo... engraçado, ou idiota, mas idiota engraçado. No sentido literal, caracteriza algo bizarro, inutil, errado, absolutamente sem propósito, otario, vergonhoso, mal feito, entre outros. Aqui, usarei o sentido literal.
  • Assisti um video no youtube do programa Ídolos, ainda no SBT, que mostrava os canditados a cantores tentando cantar o hino nacional... um otário chegou a dizer sabia cantar, mas, no momento, não tinha a letra de cabeça... e quando chega a época de copa do mundo, todo mundo se escancara pra cantar o hino no início do jogo, compra bandeira nacional e pinta as unhas e o cabelo de verde. Raça de víboras!
  • No Brasil existe a guerra interna de cristãos: a Rede Globo defende o carnaval, o futebol e os padres pedófilos, faz contrato com o Ministério Diante do Trono, mas só leva o Pe. Fábio de Melo nos seus programas. A Rede Record promove cultos evangélicos, no entanto seus atores se devoram em suas novelas e sua minissérie bíblica é baseada na Bíblia versão Macedo. Tudo em nome do lucro.
  • Quando o brasileiro parecia que ia acordar, no final da ditadura, explodiu um fenomeno chamado música. Seus integrantes eram grupos como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Titãs (as roupas compensavam pelo som), Aborto Elétrico, Barão Vermelho, Capital Inicial, entre outros. Era hora de revolução. O brasileiro enfim conquistava sua liberdade, e sem coronelismo, nem Getúlio, nem ditadura, agora ele iria para frente! Mais ninguém pisaria em cima do brasileiro! O presidente que roubou na cara dura tem que sair! Os jovens pintam suas caras, gritam, berram, sujam as ruas, e o presidente sofre impeachment. Dezoito anos depois, esse presidente é deputado (ou algo equivalente), o código penal é uma piada, o presidente discursa como se estivesse num programa sensasionalista (que redundância) de tv, enquanto vemos o ápice da ... sertaneja, depois do funk, forro, pagode, axé e lambada.
  • Para todos aqueles que me acham preconceituosa: existe uma cidade no país (a omissão do estado é intencional) que se orgulha de ser a cidade das fofoqueiras. De fato, nada é mais importante do que ficar debruçado o dia todo numa janela, cuidando da vida dos outros. Seria um desperdício gastar esse tempo lendo, trabalhando, cozinhando, brincando com os filhos, ou mesmo dormindo. Depois o maluco é o Luiz Carlos Prates.  

sábado, 1 de maio de 2010

Onde estão os trabalhadores

Bom dia, aqui é W. Potter. Hoje é 1° de maio. Um dia (pelo menos) que o comércio para para dar descanso aos seus trabalhadores. Eu não gosto do Brasil, nem dos brasileiros. Apesar disso, parabéns. Parabéns a um sem número de pessoas que cada dia levanta cedo, enfrenta um onibus lotado, um trânsito poluido e engarrafado, um chefe de mau humor, colegas gananciosos, almoço as pressas e salários baixos. Tudo isso para juntar seu dinheiro, ajudar sua família, criar seus filhos. Parabéns tambem aos que não levantam tão cedo, trabalham à noite, trabalham em casa. Parabéns às mães e pais que cuidam de suas casas, seus filhos, suas famílias, e não ganham salário por isso. Parabéns àquele que levanta todo dia em busca de um emprego digno. Acima de tudo, parabéns àquele que sabe o valor do trabalho, do conhecimento, da leitura, da bondade, e passa isso aos seus filhos ou aos que estão perto de si. Parabéns a todos que trabalham, seja onde e como for, sendo um trabalho honesto. Parabéns, seja de que país for. O Brasil é um país que não deu certo, e o brasileiro não ligou. No entanto, também tem seu mérito. Feliz dia do trabalhador.