Corão
Há
muitos anos desejo ler o Corão (aliás, o correto é Corão, Al é palavra que
indica o artigo, logo, Alcorão significa
A recitação), não sou muçulmana, não
tenho a menor vontade de ser uma, apenas acho a coisa mais importante do mundo
conhecer e respeitar o ser humano. É lógico que para respeitar as diversas
religiões não é necessário ler seus livros sagrados, isso é um desejo meu, eu
já li até livro espírita, porque não ler o Livro dos muçulmanos?
O
Islamismo é uma religião que me fascina desde criança. Existe uma comunidade
forte de muçulmanos na cidade onde moro, talvez isso tenha me incentivado. Como
cristã, sempre me questionei sobre a fundação do Islamismo e seu desenrolar,
mas felizmente, não tenho a mesma mente poluída e pobre dos protestantes por
aí...
Segundo
a tradição islâmica, o Corão foi revelado por Deus a Maomé por 22 anos. Nesta
crença, Maomé é o maior profeta de Deus, apontado por Ele para pregar a mesma
mensagem de Abraão, Moisés e Jesus, que teria sido corrompida ao longo dos anos
(foi mesmo).
Assim
como a Bíblia, o Corão é dividido em capítulos e versículos. São 114 capítulos –
Suras – e entre 6500 e 6600 versículos – Ayat – de acordo com a edição.
Também,
semelhante ao livro sagrado cristão, o Corão fala de Deus e da Criação, das
normas de vida para o muçulmano. Porém, bem ao oposto do Cristianismo, que
transformou a Bíblia num negócio extremamente lucrativo, não é comum se vender
o Corão. Ao contrário, o correto para o muçulmano é dar o livro de presente
para as pessoas.
O
Corão cita vários personagens bíblicos: Adão, Abraão, Moisés, Jesus reiterando
os laços das três grandes religiões monoteístas – Judaísmo, Cristianismo e
Islamismo. Maria, mãe de Jesus, inclusive, é mais citada no Corão do que na
Bíblia.
As
mesmas polêmicas e os mesmos problemas que a Bíblia também cercam o Corão (e
agora serei linchada pelos protestantes). A questão da tradução do livro
muçulmano muitas vezes é questionada – como a tradução da Bíblia e presença ou ausência
de livros nela – já que o Corão teria sido traduzido por homens, num contexto
extremamente paternalista e arcaico, o que explicaria o exagero de algumas
normas relativas às mulheres, na verdade as verdadeiras palavras do Corão
talvez não fossem tão duras. Além disso, as variações do árabe – assim como a
ausência de vogais no hebraico, com relação á Bíblia – também abriria margem
para traduções e interpretações ambíguas.
74ª Surata -
versículo 31
"E
não designamos guardiões do fogo, e não os anjos, e não fixamos eu número,
senão como prova para os incrédulos, para que os adeptos o Livro se convençam;
para que os fiéis aumentem em sua fé e para que os adeptos do Livro, assim como
os fiéis, não duvidem; e para que os que abrigam a morbidez em seus corações,
bem como os incrédulos, digam: Que quer dizer Deus com esta prova? Assim Deus
extravia quem quer e encaminha quem Lhe apraz e ninguém, senão Ele, conhece os
exércitos do teu Senhor. Isto não é mais do que uma mensagem para a
humanidade."
9ª Surata –
versículo 5
"Uma
vez expirados os meses sagrados, matai os idólatras onde quer que os
encontreis, e apanhai-os e tornai-os prisioneiros, e ficai a sua espreita; mas,
se eles se convertem, se observam a oração, se concedem a esmola, então
deixai-lhes livre o caminho, pois Deus é indulgente e misericordioso."
5° Surata –
versículo 32
“E
se alguém salvar uma vida, será como se tivesse salvo toda a humanidade"
Antes
de falar que o Islamismo é uma religião intolerante, lembre-se de que
intolerantes são as pessoas, e elas podem estar em qualquer lugar. Se você
julga um povo todo de intolerante, como se todos fossem iguais, o intolerante é
você.
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