Abram Petrovich Gannibal foi capturado aos sete anos e despachado para o Sultão de Constantinopla, e logo revendido à Corte de São Petersburgo – era moda entre os monarcas colecionar crianças exóticas. Inteligente, o menino conquistou o Czar Pedro, o Grande, que arranjou sua alforria e se tornou seu padrinho – daí veio o sobrenome Petrovich.
Concluiu seus estudos em Paris para onde foi quando tinha vinte anos de idade. Era estudante e espião nas horas vagas. Russo, negro e nobre, ele logo se enturmou com a elite da época: Diderot, Montesquieu e Voltaire. Ele era conhecido como a “estrela negra do Iluminismo”.
Foi um ótimo estrategista no conflito entre França e Espanha, de onde saiu capitão. Por isso ganhou um novo sobrenome – Gannibal – em russo Anibal, um general africano que assombrara a Europa dois mil anos antes.
Quando Abram retornou para a Rússia em 1722, seu padrinho morreu e ele foi enviado para a Sibéria para normalizar algumas fortalezas. Quatro longos e congelantes anos. Retornou à Rússia e em 1741 lhe deram um belo sítio em Pskov com milhares de pinheiros e centenas de servos. Foi dispensado do exército e terminou seus dias como um nobre russo dono de escravos. Ele é o bisavô de Alexandre Pushkin, o pai da literatura russa.
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