Conheço um pai que age como uma mãe. Fica fora de casa 14 horas por dia, no trabalho, e em casa arruma tempo para alimentar, brincar, fazer dormir sua filha. Dá banho nela, leva-a para passear, ensina-a a ter bons modos. Talvez a mãe dela infelizmente não seja digna de ter esse titulo.
Ler o texto do Marvin para o dia dos pais me deixou triste, e me fez parar para pensar. Quem é o pai? E quem é a mãe? Como disse Luis Carlos Prates, ter filhos é algo biológico. Qualquer animal os tem, e é orgânico cuidar deles. O que nos diferencia dos animais? A inteligência ou o sentimento? É muito fácil fazer filhos, e necessário pari-los. É orgânico cuidar deles e trabalhar para lhes dar de comer. E aí, ser pai e mãe é isso? O Marvin já perdeu a mãe e o pai, e, naturalmente sente falta deles. Talvez o pai dele tenha sido um bom pai, no sentido extremo. Não apenas alimentado seus filhos, mas estado ao lado deles como pai, como mentor, amigo. Isso é ser pai. E existem pessoas que não tem pai. Tem apenas um homem carrancudo e grosseiro que lhe cede o teto, lhe dá comida e paga suas contas. Isso é importante, e precisa ser valorizado. Mas não é tudo. Ter um cara que troca as fraldas, dá banho, brinca junto, dá comida, passeia, leva na biblioteca, ensina a ler e escrever, leva na escola, vai na reunião de pais e professores, chega em casa e conversa, consola a menina que virou moça, escuta ela falar do namorado, isso é ter um pai. Não estou exagerando. Isso É ser Pai. Então, quantos têm um pai? Um em cinco mil, talvez menos. E mãe? Quem é a mãe daquela menina do primeiro parágrafo? A mulher que lhe pariu? Ela sempre será sua mãe, mas será que está cumprindo seu papel com dignidade? Será que merece esse título? Será que esse Pai merece perder sua filha para uma mulher que é apenas uma mãe orgânica? O mundo precisa rever seus conceitos.
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