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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ética em cada um de nós

Sou pobre. Fui ao médico na agradável manhã de quarta feira, anteontem, no posto de saúde próximo ao meu bairro. Precisei levantar antes das sete da manhã, caminhar 15 minutos margeando a BR 282, para poder garantir uma das 15 fichas de atendimento distribuídas, às oito da manhã. Pontualmente às 9 horas, o clinico geral chegou ao postinho e iniciou o atendimento. Eu fui a quinta a ser chamada, e meu objetivo era conseguir o pedido para certos exames de saúde. Sai de lá com as mãos vazias. O médico me “examinou”, e me olhou com aquela cara. “21 anos?”, como se pessoas com 21 anos não ficassem doentes. Não me pediu exames. Provavelmente achou que minhas queixas eram infundadas. Falei tudo isso para chegar ao descaso que vários e vários profissionais da saúde apresentam. É muito mais fácil para eles dizerem que está tudo bem com uma garota de 21 anos, aparentemente bem de saúde, que mal foi examinada, porque pedir exames para ela significa ter de atendê-la mais um dia, fora de seu consultório. Significa mais trabalho sem ganhar mais por isso. Se ele fosse o dono do laboratório e eu estivesse pagando, ele me empurraria todos os exames possíveis. Chegamos ao descaso da saúde brasileira, mas mais do que isso, ao descaso pela ética, profissional e pessoal. Será que os profissionais que estão saindo das faculdades têm esta consciência, essa responsabilidade, de não fazer apenas para si, mas para aqueles a quem devem ajudar? E se você fosse medico, adquiriria o mesmo “hábito”? E na nossa vida, muitas vezes não somos omissos da mesma forma?





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