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sábado, 12 de março de 2016

#366Acordes - Acorde #72 - Domingo no Parque


#72 –12/03/16 – “Domingo no Parque”
Composição: Gilberto Gil
Interpretação: Gilberto Gil e Os Mutantes

Caetano Veloso não foi o único a se utilizar da guitarra e de arranjos complexos no III Festival de Música Popular Brasileira. Por coincidência – ou não – outro baiano inovou no palco, inclusive com parceria. Gilberto Gil compôs e defendeu Domingo no Parque ao lado d’Os Mutantes, com uma Rita Lee muito jovem e iniciante na música. Os Mutantes davam seus primeiros passos na música, flertavam com o psicodelismo e, sem dúvida, tiveram suas carreiras, bem como sua experiência musical, alavancada pela participação no festival ao lado de Gil, e defendendo uma canção tão emblemática. Domingo no Parque narra de forma linear a história dos amigos José e João. Quando José vê seu amor platônico, Juliana, com seu amigo João, José mostra que não tinha tanto amor assim e mata Juliana e João. Não foi a temática batida e irritante do triângulo amoroso, do amor não correspondido, que transformou Domingo no Parque numa das maiores canções da música brasileira. Foi o poema rico, complexo, poético, cheio de figuras de linguagem bem trabalhadas. Foi também o arranjo ousado para a época em que se fazia marcha contra guitarras. Gil fez uma música com cadência de baião, mas com um arranjo riquíssimo, mesclando um berimbau bem marcado, violão, guitarra, percussão e uma orquestra, sem falar do vocal impecável com Os Mutantes. Artistas como Gil e Caetano pareciam ter o dom de conseguir misturar água e óleo, trazendo ao mundo canções icônicas, que poderiam soar absurdas, mas são geniais. A audácia do músico rendeu à Domingo no Parque a segunda colocação no festival e um lugar nos anais da MPB.




 O rei da brincadeira
Ê, José!
O rei da confusão
Ê, João!
Um trabalhava na feira
Ê, José!
Outro na construção
Ê, João!...

A semana passada
No fim da semana
João resolveu não brigar
No domingo de tarde
Saiu apressado
E não foi prá Ribeira jogar
Capoeira!
Não foi prá lá
Pra Ribeira, foi namorar...

O José como sempre
No fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo
Um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio...

Foi no parque
Que ele avistou
Juliana
Foi que ele viu
Foi que ele viu Juliana na roda com João
Uma rosa e um sorvete na mão
Juliana seu sonho, uma ilusão
Juliana e o amigo João...

O espinho da rosa feriu Zé
(Feriu Zé!) (Feriu Zé!)
E o sorvete gelou seu coração
O sorvete e a rosa
Ô, José!
A rosa e o sorvete
Ô, José!
Foi dançando no peito
Ô, José!
Do José brincalhão
Ô, José!...

O sorvete e a rosa
Ô, José!
A rosa e o sorvete
Ô, José!
Oi girando na mente
Ô, José!
Do José brincalhão
Ô, José!...

Juliana girando
Oi girando!
Oi, na roda gigante
Oi, girando!
Oi, na roda gigante
Oi, girando!
O amigo João (João)...

O sorvete é morango
É vermelho!
Oi, girando e a rosa
É vermelha!
Oi girando, girando
É vermelha!
Oi, girando, girando...

Olha a faca! (Olha a faca!)
Olha o sangue na mão
Ê, José!
Juliana no chão
Ê, José!
Outro corpo caído
Ê, José!
Seu amigo João
Ê, José!...

Amanhã não tem feira
Ê, José!
Não tem mais construção
Ê, João!
Não tem mais brincadeira
Ê, José!
Não tem mais confusão
Ê, João!...

Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!




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