Um ano, oito meses e treze dias após ter entrado no mundo da educação como profissional, pela primeira vez me "toco" de que Joanne Rowling, a autora de Harry Potter, é professora, de língua inglesa. Rowling, inclusive, viveu um tempo em Portugal, trabalhando como professora. Anexo a isto, me lembro das dificuldades financeiras pelas quais ela passou na época em que sua mãe faleceu e ela começara a esboçar o primeiro livro, A Pedra Filosofal, isso nos idos de 1991, 1992 e adjacências. Rowling criou sua história dentro de um colégio interno, e parecia transpirar, em suas palavras, o carinho que um professor - um professor de verdade - tem com seus pupilos. Sentia-me, como todos os fãs, quase pertencente a Hogwarts, sentia a lástima de saber que aquela escola não existia nesse detestável mundo real.
Hogwarts só era esse oásis de paz por causa do jeito acolhedor de Rowling - uma professora - escrever, em primeiríssimo lugar. Derivado disso, pelos personagens que ela criou, os protagonistas que amamos, as aventuras que viveram, e, lá no fundinho, os professores. Uma Minerva McGonagall da vida e assustadora para um calouro de primeiro ano, uma criança de onze anos que tira meleca do nariz com os dedos, mas, ao final do sétimo livro e da última batalha, é a guerreira que nos encheu de orgulho por ser tão rígida quando necessário, mas acima de tudo justa. Todos os outros professores, amados em maiores ou menores graus, significaram muito para leitores e alunos. Por fim, não preciso falar o que representa Alvo Dumbledore, e Snape.... ah, Snape.....
Na vida real não é diferente. Eu não sou professora nem aluna, eu tenho uma posição singular dentro da escola, e percebo que os professores tem seus alunos amados e odiados, da mesma forma que os alunos tem seus sentimentos variados pelos professores. E esses são amados, são exemplos, são aqueles professores queridos, que movem as lágrimas dos alunos na formatura. E eu mesma, mesmo sem ser professora, percebo o carinho destes alunos. Hoje mesmo, pela manhã, encontrei três alunas, e elas te cumprimentam, te chamam de professora, mesmo você não sendo, e esse carinho é genuíno. É perceptível quando eles te odeia, da mesma forma que é perceptível quando eles te amam.
Quando são os pequenos, então, aqueles que ainda estão engatinhando, aprendendo a falar, sendo "alfabetados" - essa pérola saiu da sala do Pré I, semana passada - o carinho é definitivamente autêntico e gratificante. E sei que quando sair desse emprego, será o que mais doerá em meu coração, esse carinho, essa proximidade, de família, jamais encontrarei em nenhum outro emprego, essa força que te move a ir trabalhar, quando sua vontade é nunca mais sair de casa, existe somente em uma escola.
Essa é minha visão, alguém que não é nem professora nem aluna, alguém que vive a força no fogo cruzado do administrativo escolar. Mas já fui aluna, tive professores horríveis mas tive professores maravilhosos, que me motivaram e que nunca esquecerei. Hoje, na faculdade, também sou aluna, e aluna da Camila, uma pessoa forte, inteligente, que me motiva a vier mesmo quando eu não quero. E sou aluna na vida. Nesta, meus maiores professores são minha mãe, que, na sua ignorância, me ensina a ser grande e forte, com sua humildade, e meu colega de blog, o Marvin, minha fonte de alegria e inspiração, alguém que literalmente me ergue quando caio, alguém que me aceitou como sou, e me aceita. Vocês não são professores ao pé da letra - o Marvin já foi, e quer voltar a ser - mas me ensinam a viver. A vocês, à Camila, a todos os mestres que me motivaram, muito obrigada por tudo. E a professora Rowling, obrigada pelo Harry. E por tudo.
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