Um gato
entre os pombos
Agatha
Christie
O trabalho
de um escritor, mais do que simplesmente escrever, é transmitir sua maneira de
pensar, suas ideias, ainda que, muitas vezes, disfarçadas sob histórias de
ficção. Não há um escritor que não se inspire em predecessores. Jo Rowling, por
exemplo, transborda suas principais inspirações em sua maneira de escrever:
Tolkien, Lewis, Dickens e outros mais, são inspirações presentes em seu estilo
de escrever, não só e HP mas também em seus romances posteriores. Agatha Christie
lia, além de Lewis e Dickens (Tolkien era seu contemporâneo, e LOTR nem existia
na época de Agatha), Allan Poe, Doyle, Julio Verne e Alexandre Dumas, além de
muitos outros, evidentemente. Sua irmã, Madge, era sua companheira de leitura
de histórias de detetive. Essas influências são visíveis em seu trabalho também,
o longo caminho percorrido até Agatha criar Hercule Poirot, presente em pelo
menos 30 das mais de 80 obras policiais de Agatha.
O estilo
policial lógico dedutivo semeado por Poe e regado por Doyle foi colhido por
Agatha, independente de seu protagonista, Agatha enfatiza que pensar com lógica
é muito mais útil do que sair correndo atrás de pistas. As “células cinzentas”
de Poirot viraram um chavão na literatura da escritora, e assim Poitor
trabalha, como nas obras dos dois escritores anteriormente citados, resolvendo
o que a policia não consegue descobrir. Em Um gato entre os pombos, a policia britânica
segue as pistas das jóias despachadas por um príncipe árabe que morre num
acidente de avião. As pistas levam a um colégio interno para moças, Meadowbank,
onde estuda a noiva e prima do príncipe. Quando mais nenhuma pista leva a lugar
nenhum, Poirot entra em cena. E assim como Sherlock Holmes, mostra que a inteligência
é maior do que a força do poder.
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