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sábado, 13 de abril de 2013

#365Livros - #Livro103 - QUINCAS BORBA



Quincas Borba
Machado de Assis

Ao vencedor, as batatas. Uma das mais famosas frases da literatura brasileira representa a sociedade brasileira: falida. Não mudou muito do sinal do século XIX para o início do século XXI. Quincas Borba era um dos amigos de Brás Cubas, e aparece vagamente neste livro. Agora, Quincas esconde-se em Barbacena, Minas, com seu enfermeiro, Rubião, e seu cachorro, também Quincas Borba. O Quincas humano apresenta a Rubião o Humanitismo, uma filosofia que prega que a sobrevivência depende de saber vencer os outros. Quando o Quincas humano morre, deixa sua herança para Rubião, com a condição que este cuidasse do Quincas cachorros. Rubião carrega sua fortuna e seu cão para o Rio de Janeiro. Lá, conhece o desgraçado Cristiano Palha e sua nojenta esposa, Sofia. Rubião começa a freqüentar a casa dos dois e se apaixona por Sofia. Esta e palha percebem a oportunidade de ouro que tem com a “amizade” de Rubião, e aproveitam a ingenuidade deste e a própria paixão que ele tem por Sofia. Sem nenhum remorso de usar a própria esposa, Palha envolve Rubião em sua própria inocência. Sentindo na própria pele a filosofia de Quincas Borba, Rubião enlouquece, e Machado nos demonstra da maneira mais clara possível que, sim, o mundo é dos espertos.
“Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundancia; mas se as duas tribos dividirem as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria e ousadia da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas."

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