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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Maratona Harry Potter 2015! (parte 2)

Atenção, SPOILERS da série Harry Pottter!



Entre 29/09 e 11/10 – HP e a Ordem da Fênix


Depois de eu ler vários outros livros paralelos e resolver muitas encrencas na faculdade (que quase estouraram minha paciência), terminei Cálice e cheguei à nossa querida chaproca, Ordem da Fênix. Foi nesse período e que assistimos, chocados, a notícia da morte de Caio César, dublador do Harry em todos os filmes, e dublador de vários outros personagens memoráveis do cinema, baleado, enquanto trabalhava no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Que Caio esteja descansando em bom lugar, e que sua família seja confortada sempre.   


Ordem sempre foi um livro que me deixou dividida, às vezes eu amo, às vezes odeio. Nesse ponto, comparar o quinto livro com o primeiro é um choque. Perceber como, repito, a história se tornou espessa e sombria, como as crianças cresceram, e Harry, neste livro, está absolutamente insuportável. Harry em seu quinto ano de Hogwarts seria um prato cheio para qualquer psicólogo. Está desesperado pelo retorno de Voldemort, ciente de que foi desacreditado, e passa as férias com sua família horrível e sem nenhuma notícia de seu mundo. Ao mesmo tempo, quando reencontra seus amigos, desconta toda sua raiva neles, exatamente naqueles que o amam, acreditam nele e o protegem. 

Assim prossegue, durante todo o livro. Os únicos momentos em que Harry se comporta como gente são nas aulas da Armada de Dumbledore. A parte mais marcante, para mim, deste comportamento deplorável do garoto é no Expresso de Hogwarts, onde Harry, corroído pelo ciúme de não ser monitor, precisa dividir cabine com Neville, Gina e Luna Lovegood. Quando Neville explode pus de Mimbulus mimbletonia por toda cabine, no momento em que Cho chata Chang passa pela porta, Harry deseja “que Cho o encontrasse sentado com um grupo muito legal, se acabando de rir de uma piada que tivesse acabado de contar, e não ali, com Neville e Luna Lovegood, segurando um são e pingando escrofulária”. Para mim, esse é um dos pensamentos mais nojentos que Harry já teve. No final do livro, quando a vaca da amiga da Cho chata o trai, e seus seis amigos não o abandonam na batalha do ministério, talvez ele tenha entendido que piadas e escrofulárias não significam nada quando você está ao lado das pessoas certas.



Entre 11/10 e 17/10 – HP e o Enigma do Príncipe
 



Li tranquilamente O príncipe mestiço – esse é o verdadeiro nome deste livro, malditos tradutores!  - em uma semana, mas ao chegar no final dele... bom, antes do final, preciso dizer que este livro também me inspira sentimentos diversos. Para meu gosto literário, toda aquela parte do Rony com a Lavanda Brown é um saco, bobeira de aborrecentes, e eu tenho vontade de passar reto, porém é necessária, haja visto que é uma história com adolescentes, e adolescentes são assim, o papel deles é fazer tempestade em copo d’agua, namorar com quem não gosta, fazer ciúme, todas essas coisas inúteis. E tais características adolescentes são maravilhosamente descritas por J. K. Rowling – até para escrever sobre coisas chatas ela é boa! Porém, o livro é maravilhoso, brilhante, nas passagens da vida de Voldemort. O universo criado pela autora é extremamente bem detalhado e complexo, as memórias são muito bem descritas, e as passagens com Dumbledore...

Uma coisa nítida nos livros é que J. K. Rowling sempre dá destaque ao personagem que vai morrer. Foi assim com Cedrico, com Sirius, e com o diretor não seria diferente. Harry, que passou o ano anterior inteiro amaldiçoando Dumbledore, e no fim do livro simplesmente destrói o escritório do professor, desenvolve uma relação ainda mais próxima com Dumbledore, diante das “aulas” constantes com o diretor, onde ambos viajavam pelas memórias de pessoas que conviveram muito de perto com Tom Riddle. Quando Harry se dirige cheio de raiva ao escritório de Dumbledore, porque acabara de descobrir que fora Snape que falara da profecia a Voldemort, Dumbledore o surpreende com a iminente partida para a caverna, onde se encontra uma das misteriosas Horcruxes. Então... muitas coisas acontecem e o diretor morre. Nas três vezes anteriores que havia lido este livro, me emocionei com as passagens da morte e do enterro, mas nada se comparou ao que senti nesta releitura. Eu acho que já estava meio deprimida com a vida, e somei a esta depressão a depressão do livro... eu fique na merd*... eu chorei pra caramba, não queria mais comer, não conseguia fazer mais nada pelo resto do dia, nada mesmo, fiquei destruída, sei lá o que houve... fui dormir com um vazio gigante no peito, como se realmente tivesse perdido um ente querido. No outro dia acordei meio estranha, e sem vontade nenhuma de voltar a ler a série!


Entre 21/10 e 31/10 – HP e as Relíquias da Morte



Sabia que precisava esperar uns dias para a ressaca da morte de Dumbledore passar, e ela realmente passou. Aproveitei esses dias para me dedicar exclusivamente aos estudos da faculdade, e na quarta-feira, já estava toda empolgada para o último livro. Relíquias também é uma experiência dúbia, a saudade da escola, mas a aventura incrível atrás das horcruxes, a história das relíquias, enfim, acredito que a série terminou como deveria terminar. Até mesmo as mortes, acredito que todas – sem exceção – tiveram seu propósito, apesar de nos deixar destruídos algumas vezes... as partes mais marcantes, para mim, sem dúvida, são as memórias de Snape – outro que daria um belo TCC de psicologia, eta homem difícil! Saber que estava sempre ao lado de Dumbledore, e de Lilian, foi reconfortante. Sempre foi o personagem que amei (!) e odiei, meu personagem favorito. E, claro, a batalha final, absolutamente épica!



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