Entre
29/09 e 11/10 – HP e a Ordem da Fênix
Depois
de eu ler vários outros livros paralelos e resolver muitas encrencas na
faculdade (que quase estouraram minha paciência), terminei Cálice e cheguei à
nossa querida chaproca, Ordem da Fênix. Foi nesse período e que assistimos,
chocados, a notícia da morte de Caio César, dublador do Harry em todos os
filmes, e dublador de vários outros personagens memoráveis do cinema, baleado,
enquanto trabalhava no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Que Caio esteja
descansando em bom lugar, e que sua família seja confortada sempre.
Ordem
sempre foi um livro que me deixou dividida, às vezes eu amo, às vezes odeio.
Nesse ponto, comparar o quinto livro com o primeiro é um choque. Perceber como,
repito, a história se tornou espessa e sombria, como as crianças cresceram, e
Harry, neste livro, está absolutamente insuportável. Harry em seu quinto ano de
Hogwarts seria um prato cheio para qualquer psicólogo. Está desesperado pelo
retorno de Voldemort, ciente de que foi desacreditado, e passa as férias com sua família horrível e sem
nenhuma notícia de seu mundo. Ao mesmo tempo, quando reencontra seus amigos, desconta toda
sua raiva neles, exatamente naqueles que o amam, acreditam nele e o protegem.
Assim prossegue, durante todo o livro. Os únicos momentos em que Harry se
comporta como gente são nas aulas da Armada de Dumbledore. A parte mais
marcante, para mim, deste comportamento deplorável do garoto é no Expresso de
Hogwarts, onde Harry, corroído pelo ciúme de não ser monitor, precisa dividir
cabine com Neville, Gina e Luna Lovegood. Quando Neville explode pus de Mimbulus mimbletonia por toda
cabine, no momento em que Cho chata Chang passa pela porta, Harry deseja “que
Cho o encontrasse sentado com um grupo muito legal, se acabando de rir de uma
piada que tivesse acabado de contar, e não ali, com Neville e Luna Lovegood,
segurando um são e pingando escrofulária”. Para mim, esse é um dos pensamentos
mais nojentos que Harry já teve. No final do livro, quando a vaca da amiga da
Cho chata o trai, e seus seis amigos não o abandonam na batalha do ministério,
talvez ele tenha entendido que piadas e escrofulárias não significam nada
quando você está ao lado das pessoas certas.
Entre
11/10 e 17/10 – HP e o Enigma do Príncipe
Li
tranquilamente O príncipe mestiço – esse é o verdadeiro nome deste livro,
malditos tradutores! - em uma semana,
mas ao chegar no final dele... bom, antes do final, preciso dizer que este
livro também me inspira sentimentos diversos. Para meu gosto literário, toda
aquela parte do Rony com a Lavanda Brown é um saco, bobeira de aborrecentes, e
eu tenho vontade de passar reto, porém é necessária, haja visto que é uma
história com adolescentes, e adolescentes são assim, o papel deles é fazer
tempestade em copo d’agua, namorar com quem não gosta, fazer ciúme, todas essas
coisas inúteis. E tais características adolescentes são maravilhosamente
descritas por J. K. Rowling – até para escrever sobre coisas chatas ela é boa!
Porém, o livro é maravilhoso, brilhante, nas passagens da vida de Voldemort. O
universo criado pela autora é extremamente bem detalhado e complexo, as
memórias são muito bem descritas, e as passagens com Dumbledore...
Uma
coisa nítida nos livros é que J. K. Rowling sempre dá destaque ao personagem
que vai morrer. Foi assim com Cedrico, com Sirius, e com o diretor não seria
diferente. Harry, que passou o ano anterior inteiro amaldiçoando Dumbledore, e
no fim do livro simplesmente destrói o escritório do professor, desenvolve uma
relação ainda mais próxima com Dumbledore, diante das “aulas” constantes com o
diretor, onde ambos viajavam pelas memórias de pessoas que conviveram muito de
perto com Tom Riddle. Quando Harry se dirige cheio de raiva ao escritório de
Dumbledore, porque acabara de descobrir que fora Snape que falara da profecia a
Voldemort, Dumbledore o surpreende com a iminente partida para a caverna, onde
se encontra uma das misteriosas Horcruxes. Então... muitas coisas acontecem e o
diretor morre. Nas três vezes anteriores que havia lido este livro, me
emocionei com as passagens da morte e do enterro, mas nada se comparou ao que
senti nesta releitura. Eu acho que já estava meio deprimida com a vida, e somei
a esta depressão a depressão do livro... eu fique na merd*... eu chorei pra
caramba, não queria mais comer, não conseguia fazer mais nada pelo resto do
dia, nada mesmo, fiquei destruída, sei lá o que houve... fui dormir com um
vazio gigante no peito, como se realmente tivesse perdido um ente querido. No
outro dia acordei meio estranha, e sem vontade nenhuma de voltar a ler a série!
Entre
21/10 e 31/10 – HP e as Relíquias da Morte
Sabia
que precisava esperar uns dias para a ressaca da morte de Dumbledore passar, e
ela realmente passou. Aproveitei esses dias para me dedicar exclusivamente aos
estudos da faculdade, e na quarta-feira, já estava toda empolgada para o último
livro. Relíquias também é uma experiência dúbia, a saudade da escola, mas a
aventura incrível atrás das horcruxes, a história das relíquias, enfim,
acredito que a série terminou como deveria terminar. Até mesmo as mortes,
acredito que todas – sem exceção – tiveram seu propósito, apesar de nos deixar
destruídos algumas vezes... as partes mais marcantes, para mim, sem dúvida, são
as memórias de Snape – outro que daria um belo TCC de psicologia, eta homem
difícil! Saber que estava sempre ao lado de Dumbledore, e de Lilian, foi
reconfortante. Sempre foi o personagem que amei (!) e odiei, meu personagem
favorito. E, claro, a batalha final, absolutamente épica!
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