(crédito da imagem: vitrine-gospel.blogspot.com)
O preconceito sempre é burro. É fruto da ignorância, da inveja e da falta de caráter. Não queria falar sobre este assunto, não gosto de dar minha opinião, mas não vou poder deixar passar esse
episódio, que só mostra quão pequena é a cabeça de algumas pessoas, e
essas algumas na verdade são muitas.
Assim como em seu cd Liberta-me (2012), a cantora Fernanda Brum lançou em seu facebook uma campanha para os fãs escolherem a capa de seu novo cd, Da Eternidade, a ser lançado em janeiro de 2015. As capas elaboradas são as duas acima, e confesso que senti uma imediata empatia pela segunda, mas as duas estão maravilhosas, elaboradas mais uma vez pela Quartel Design. A vencedora acabou sendo a primeira. Mas tudo isso se perdeu diante da polêmica, sim, pelo símbolo do infinito.
Ao publicar as duas capas, a página da Fernanda foi alvo de uma enxurrada de críticas pelo símbolo que circunda o nome do cd, um símbolo matemático utilizado para representar o infinito. Utilizando tal símbolo, a capa conceitua a eternidade, a plenitude de Deus, de seu amor, de sua presença. Tudo de acordo com a proposta do cd. Mas a ignorância e a falta de caráter de muitas pessoas classificou tal imagem como associada ao demônio, à Nova Era e a mil conceitos sem pé nem cabeça.
Tamanha foi a confusão que Fernanda e sua assessoria simplesmente apagaram as duas imagens de suas redes sociais, e no mesmo dia Fernanda anunciou que mudaria o símbolo para um que ela própria que criasse, para não ser "associado ao coisa ruim". Imediatamente, os fãs se mobilizaram com a hashtag #FERNANDADEIXAOSIMBOLO. Na terça feira, Fernanda publicou a capa vencedora (a primeira), e, seja pelo apelo dos fãs ou por mudar de ideia, o símbolo do infinito foi deixado.
Acredito que tirar o símbolo da capa seria baixar a cabeça, assumir estar errada, mesmo não estando. As pessoas se acham no direito de julgar o trabalho dos outros, a maioria sem saber o que o símbolo realmente significa - ignorantes, não tem o menor conhecimento de matemática. Mas eu ou todas as pessoas que a defenderam não podemos gostar dela, admirá-la, somos "idólatras". Não podemos ser fãs. Não podemos admirar um artista e querer defendê-lo, mesmo ele estando certo!
Fernanda já foi muito criticada pelo uso da borboleta, e agora mais uma vez foi alvo da ignorância. A própria, infelizmente, também já criticou obras literárias e cinematográficas, as quais prefiro não citar, e até mesmo o Role Playing Game, nosso querido e saudável RPG, associando-os ao demônio, de maneira bem infeliz. Provavelmente, ela não conhece a realidade por trás dessas coisas do mundo nerd e prefere tirar suas conclusões sem conhecimento. A mesma coisa aconteceu com ela do outro lado, o lado da vítima da intolerância.
A única maneira de acabar com o preconceito é abrir a mente, aprender, conhecer. "Não extingam o espírito, não desprezem a profecia. Examinem tudo, retenham o que é bom" (1 Tc 5:19-21). Parece que muitos crentes, que se acham tão dignos de Deus, não entenderam essa passagem tão simples. Sempre precisam achar algo para apontar no próximo, sempre precisam encontrar alguém para hostilizar, pelo motivo o mais idiota possível. Ao comentar toda a polêmica, Fernanda deixou seu desabafo.
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