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sábado, 12 de julho de 2014

Sete? Deveriam ser catorze...

Enquanto 99% dos brasileiros estava preocupado em assistir a droga do jogo, eu estava lendo um livro chamado 1822. Para a maioria dos meus compatriotas, este número não significa nada. Mas eles são patriotas, eu não.  Eu sou trabalhadora. Eu estudo, eu pago meus impostos. Eu estou com minhas obrigações eleitorais em dia. Eu amo este país, e por isso me enfureço tanto, eu respeito este país, faço isso todo santo dia em meu trabalho. Eu estudo e aprendo sobre meu país. Assim como milhões de pessoas neste país. Mas como eu me reservo o direito silencioso de odiar futebol eu não sou patriota. Admirar outro país me faz menos brasileira que os demais, a despeito de tudo que, como cidadã, faço por essa nação.

Quando esta droga de jogo acabar, as bandeiras serão retiradas das janelas, portas e carros, as vaias tomarão conta do estádio, como se perder uma droga de jogo fosse um crime. Mas estes são patriotas, eu não. Eu sei cantar o hino nacional, e por inteiro, não apenas a parte cantada na droga do jogo. Mas eu não sou patriota. Há dois anos trabalho em uma escola, e ainda não tive a oportunidade de desfilar NO DIA DA PÁTRIA com meus colegas e alunos, mas vá lá e veja a decoração para a copa. Isso é patriotismo? NÃO, ISSO É ALIENAÇÃO. To de saco cheio dessa alienação, dessa cegueira, de ver um país parar por causa da droga da copa, como se somente isso fosse importante e mais nada. Queria que o meu pai tivesse o mesmo fervor para xingar e falar palavrões ao ver a droga do jogo para ter acompanhado minha infância.

Eu torço para o Brasil todos os dias. Eu quero ser diplomata porque torço pelo Brasil. Torcer na copa é fácil, divertido e hipócrita. Foram sete gols? Devia ter sido catorze. O Brasil perde de lavada todos os dias. Essa foi a menor derrota.

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