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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Monte Saint-Michel - França

Seu antigo nome é Mons Sancti Michaeli in periculo mari (Monte Saint-Michel em perigo do mar). Nesta ilha, no ano 708, o bispo Aubert de Avranches mandou construir um santuário em honra a São Miguel Arcanjo. No século X os monges beneditinos instalaram-se na abadia e uma pequena vila foi se formando aos seus pés.

O Monte Saint-Michel já foi fortaleza na Guerra dos Cem Anos, resistindo aos ingleses sem nunca ser tomada. De 1789 até 1863 foi utilizada como prisão. É considerado Patrimônio Mundial desde 1979 e foi declarado Monumento Histórico em 1987.

A ilha liga-se ao continente através de uma ponte natural que é coberta pelo mar na maré alta, isolando o monte e tornando a paisagem ainda mais bela, fazendo deste local o ponto turístico mais visitado da Normandia com cerca de 3.200.000 visitantes por ano.

Os fãs de Cornwell já conhecem o local. Ele aparece como Ynys Trebes no livro “O Rei do Inverno”. Abaixo, um trecho do livro descrevendo Saint Michel:

“Ouvi homens dizerem que nenhuma cidade, nem mesmo Roma ou Jerusalém, era tão bela quanto Ynis Trebes, e talvez esses homens falassem a verdade, porque apesar de não ter visto aquelas outras, conheci Ynis Trebes, e era um local de maravilhas, uma cidade espantosa, o lugar mais bonito que já vi. Era construída numa íngreme ilha de granito dentro de uma baía ampla e rasa que podia se encher de espuma e uivar com o vento, mas dentro de Ynis Trebes tudo ficava calmo. No verão a baía tremulava de calor, mas dentro da capital de Benoic sempre parecia fresco, Guinevere teria amado Ynis Trebes, porque todas as coisas antigas eram consideradas tesouros, e nada de feio tinha permissão de manchar sua graça.

Os romanos estiveram em Ynis Trebes, claro, mas não a haviam fortificado, apenas construído um par de vilas no cume. As vilas continuavam ali: o rei Ban e a rainha Eliane tinham-nas juntado e depois aumentado, pilhando edifícios romanos no continente em busca de colunas, pedestais, mosaicos e estátuas, de modo que agora o cume da ilha era coroado por um palácio arejado, cheio de luz, onde cortinas de linho branco balançavam a cada sopro de vento do mar brilhante. A ilha era mais facilmente alcançada por barco, mas havia uma espécie de caminho que era coberto a cada maré alta, e que na maré baixa podia ficar traiçoeiro com areias movediças. Cordas de vime marcavam o caminho, mas o surgimento das gigantescas marés da baía arrastavam as marcas e apenas um idiota tentaria a passagem sem contratar os serviços de um guia local para se desviar da areias sugadoras e dos riachos trêmulos. Nas marés baixas, Ynis Trebes emergia do mar e ficava em emio a uma vastidão de areias onduladas, cortadas por sulcos e poças, enquanto nas marés mais altas, quando o vento soprava forte do oeste, a cidade era como um navio monstruoso abrindo caminho intrepidamente pelos mares tumultuosos.

Abaixo do palácio havia um amontoado de construções menores que se agarravam às íngremes encostas de granito como ninhos de aves marinhas. Havia templos, lojas, igrejas e casas, tudo caiado, tudo feito de pedra, tudo enfeitado com esculturas e decorações que não foram desejadas no alto palácio de Ban, e todos dando para a estrada pavimentada de pedras que subia em degraus em volta da ilha, até a casa real. Havia um pequeno cais de pedra no lado leste, onde os barcos podiam atracar, mas apenas no tempo mais calmo a atracação era possível, e por isso os nossos navios tinham nos deixado num lugar seguro, a um dia de marcha a oeste. Além do cais havia um pequeno porto que não passava de uma piscina de maré protegida por bancos de areia. Na maré baixa a piscina era separada do mar, enquanto na alta o abrigo era precário sempre que o vento estava no norte. Em volta de toda a base da ilha, a não ser nos lugares onde o granito era íngreme demais para se subir, um muro de pedra tentava manter à distância o mundo exterior. Fora de Ynis Trebes era o tumulto, os inimigos francos, sangue, pobreza e doença, enquanto dentro da muralha ficava o aprendizado, a música, a poesia e a beleza”.

Saint Michel: Beleza, História e Poesia...








2 comentários:

Anônimo disse...

Lugar lindo! Mas prepare as pernas pois se anda muito.

Marvin (Sérgio Rodrigues) disse...

Imagino. O caminho deve ser longo...