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sábado, 25 de dezembro de 2010

Vodu é pra jacu

Como falar de Deus para as pessoas? Como chegar a um Azaghal da vida, ou a um Isaac Asimov, e dizer que existe alguém lá que os ama, não importa o que eles façam? Como chegar a um muçulmano, ou a um hindu, e falar-lhes de Jesus?

A humanidade nasceu perdida, nasceu condenada, a partir do momento em que recebeu o sopro da consciência de Deus. Há, fome, miséria, doenças terríveis, atrocidades, mutações genéticas absurdas, os homens matam e morrem por idiotices, por Deus. Todo ano, mais de 1 trilhão de dólares são gastos em armamentos no mundo todo. Esse dinheiro mataria a fome de milhões, talvez bilhões de pessoas. Como falar de Deus pra essa gente que justifica guerras em nome dele?

É preciso abandonar o politicamente correto e apontar os erros das religiões, porque elas não são imunes, elas são organizações, elas são “A Massa”. O nome de Jesus foi deturpado graças à igreja católica, com seu dinheiro podre e sua hierarquia obsoleta. Os muçulmanos acreditam num paraíso material e vivem regras ultrapassadas. Os judeus se matam por causa da palestina e viraram as costas para Jesus. Os budistas nem tem Deus. Os hindus têm sabedoria e cultura a “da c’um pau” Os espíritas deturparam a Bíblia. Seitas africanas põem medo nas pessoas. Então, onde se refugiar? O protestantismo é a religião perfeita? Não. Nasceram de uma birra, são fanáticos, e hoje voltam à idade media.

Sendo assim, aonde nos refugiamos? Em lugar nenhum, porque abrigar-se em uma religião é dar as costas ao que há de bom nas outras. Os católicos são simples, e reverenciam o verdadeiro Deus. Os muçulmanos têm um respeito imenso à tradição. Os judeus têm o Pentateuco, são a base de toda nossa fé. Os budistas encaram com um realismo inacreditável o papel do ser humano no mundo, e zelam pelo seu bem estar. Os hindus agarram-se à sua cultura, e são felizes assim. Os espíritas respeitam os outros. As seitas africanas têm sua cultura, que foi massacrada. Os protestantes têm um respeito louvável pela bíblia, e vivem sua palavra.

A verdadeira religião, a que Jesus veio implementar, nunca existiu. Nunca. A verdadeira religião não cabe na cabeça do ser humano. A despeito do que a bíblia possa dizer, a criatura não pode conhecer o criador. Pode, no máximo, fazer uma vaga idéia dele. Jesus veio para nós, e nós o renegamos. Os apóstolos tiveram uma boa intenção, mas o tempo passou, a igreja se manifestou, as idéias se chocaram, as guerras derramaram sangue, o mundo se modernizou. A despeito dos erros do passado, o homem moderno de hoje simplesmente não precisa de Deus.

Tentando ficar à margem de todas as religiões, tento responder à primeira pergunta. Como falar de Deus para as pessoas? Como chegar a um ateu, a uma pessoa sem religião, a alguém não cristão, e falar de Jesus? Pensando nisso, tentei buscar o que rebaixa todos nós ao mesmo nível. Existe algo intrínseco a todas as pessoas do mundo. Não importa de onde elas são, o que fazem da vida, em que acreditam. Existe algo comum a todos nós.

O amor.

Todo mundo é amado por alguém, nem que seja a mãe. Todo mundo, por mais visceral que seja, ama alguém, nem que seja a mãe. Acho que Hitler amava a mãe. Isaac Asimov também deveria ter alguém a que amasse. Foi o amor que fez Azaghal se unir à Andréia e cuidar dos filhos dela como se fossem dele. Foi o amor que fez o senhor Tucano se casar. É o amor que me faz ficar aqui. É o amor que faz o bebe olhar para a mãe e sorrir, e posso ate dizer que é o amor que faz o bebe agarrar o seio da mãe, com a certeza de que aquilo não só não lhe fará mal como lhe fará muito bem. Podem existir povos que nunca ouviram falar de Jesus, mas todos os povos sabem o que é o amor. Ate os animais sabem. É o amor que faz a mamãe cachorra dar de mamar a gatinhos. O amor corre nas nossas veias. O amor é a própria criação. Em outras palavras, Deus é amor. Você pode não crer em Deus nenhum, mas você ama alguém. E se você não ama, a culpa é sua, porque o amor está ao seu alcance. Se você ama, mesmo sem acreditar, você tem Deus contigo. Se você não ama, você não tem chance. É você que não quer. Esse pecado não pode ser perdoado, porque você não quer o perdão.

Talvez essa seja a única maneira de falar de Deus para as pessoas mais... “duras”. Você talvez não ame a humanidade, mas ama alguém, e faria qualquer coisa por ela. É esse amor que mantêm você vivo. E é a partir dele que você conhece a Deus. Um mundo mecânico não precisaria de amor. Nós precisamos de amor por Deus. E a partir do amor, você crê. Crendo, você é salvo. Só quem conhece o amor pode crer. Assim, a salvação esta ao alcance de todos. Então, porque nem todos se salvam? Porque não basta amar a mãe. Esse é o começo, essa é a primeira tentativa. Só quem abre plenamente o coração para o amor consegue que o universo conspire a seu favor. Por isso minha mãe será salva. Com sua simplicidade, com seus santos e sua fé inabalável, ela tem seu lugar ao lado de Deus. Ela é justa. Minha mãe não é perfeita, minha mãe tem muitos defeitos. Mas ela abriu o coração para o amor, e em sua crença que alguns apontam como errada, ela garantiu a salvação. É essa fé que salva. Creia, e você será salvo. Esse é o primeiro passo para falar de fé. Falar do amor.

Todas as coisas do mundo cabem na palavra amor. E o amor cabe em qualquer lugar. A palavra que Jesus usava para falar de amor é o termo grego agapé. Não é o amor apaixonado. Esse amor é o amor de aceitar as pessoas. É o amor de como nos comportamos com as pessoas, de como vivemos. A partir do amor que sentimos pela mãe, podemos olhar toda a humanidade, e amá-la. O caminho é longo, mas abrindo o coração, podemos finalmente amar a Deus. E a Verdade norteará nossos caminhos.

Eu amo a Deus, mas ainda tenho muito que aprender. Quero chegar ao nível de, quando passar por um trabalho de magia negra, no meio do caminho, não precisar pedir licença. Porque MEU DEUS vai comigo. E deixar essa fé guiar a minha vida. Ao invés de olhar e pedir licença, apenas dizer: vodu é pra jacu.



Feliz Natal!

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