A CIA revelou recentemente documentos relatando um ato de terrorismo no Brasil que quase se concretizou: pouco depois do fatídico 11 de setembro, terroristas planejaram explodir o Cristo Redentor, um dos maiores símbolos de nosso país. A tática usada seria também o sequestro de um avião, que seria lançado contra a estátua.
Os dois terroristas encarregados da missão chegaram no Rio de Janeiro numa noite de domingo em um vôo da Air France. A missão começou a sofrer empecilhos já no desembarque, quando a bagagem dos terroristas foi extraviada, seguindo para o Paraguai.
Após uma peregrinação (maior e mais sofrida do que quando se vai a Meca) pelos guichês do aeroporto, sem falar na dificuldade de comunicação devido ao inglês ruim tanto dos terroristas quanto dos brasileiros, os dois saíram do aeroporto a pedido de um funcionário da Infraero, que pediu que ambos voltassem no dia seguinte. Entraram num táxi e o motorista, percebendo que ambos eram estrangeiros, rodou por um bom tempo, deixando os dois passageiros num lugar ermo na Baixada Fluminense,onde alguns cúmplices do taxista assaltaram os terroristas.
Restaram apenas alguns dólares que os terroristas haviam escondido nas meias, e graças a um treinamento de guerrilha realizado no Afeganistão, conseguiram pegar carona num caminhão de gás, e na segunda pela manhã chegaram a um hotel em Copacabana e descansaram um pouco.
Depois de dormirem um pouco, alugaram um carro e tomaram o caminho de volta ao aeroporto, resolvidos a sequestrar logo um avião e acabar com o Cristo Redentor, mas enfrentaram um grande congestionamento devido às manifestações que estavam ocorrendo com a greve dos professores. Desceram do veículo e estavam esperando o fim da manifestação, na altura de Manguinhos, avenida Brasil, quando houve um arrastão, e seus relógios e celulares foram levados.
Já passava de meio-dia, quando eles entraram em uma casa de câmbio para trocar os poucos dólares que sobraram, e receberam notas de cinquenta reais falsas. Quando tentaram pagar o almoço em um restaurante, tiveram sérios problemas com o caixa, que só não chamou a polícia porque recebeu de bom grado um lap top dos terroristas.
Por fim, chegaram ao Aeroporto dispostos a cumprir sua missão. Quando se dirigiram ao setor de embarque, descobriram que os pilotos estavam em greve por aumento de salário e os vôos foram cancelados. Os controladores de vôo também estavam em greve exigindo equiparação de salário com os pilotos. Viram um único avião na pista e correram até ele, mas o mesmo era da Transbrasil e estava sem combustível.
Voltaram desanimados e quando estavam atravessando o salão do aeroporto, a polícia de choque, disposta a acabar com a greve, chegou batendo em todo mundo, inclusive neles. A polícia, depois de plantar papelotes de cocaína em seus bolsos, levou os dois para a delegacia, onde foram acusados de tráfico de drogas, e encaminhados para a cadeia. À noite houve um resgate de presos orquestrado pelo Comando Vermelho, e em meio à confusão e aos tiros, os terroristas conseguiram escapar também.
Na terça-feira de manhã, os dois conseguiram comprar bilhetes de vôo da VASP, sem saber que os vôos da companhia estavam desativados. Cansados, sujos, doloridos e mortos de fome, resolveram comprar sanduíches de carne e limonada na lanchonete do aeroporto. Às 15h00, depois de percorrerem em uma ambulância todos os hospitais da região, deram entrada no Miguel Couto, intoxicados pela carne estragada utilizada nos sanduíches.
Domingo no fim da tarde receberam alta médica, e saíram do hospital a pé, Passaram em frente à saída do Maracanã, onde o Flamengo acabara de perder para o Paraná Clube, e a torcida rubro-negra saiu distribuindo pancada nos adversários. Em meio a socos e pontapés, os terroristas correram como doidos para escapar do espancamento.
Desnorteados, famintos e abalados, os terroristas fugiram do Rio escondidos na carroceria de um caminhão de eletrodomésticos, que foi assaltado horas depois na Serra das Araras. O motorista e seus passageiros clandestinos foram abandonados na estrada amarrados. Um caminhoneiro encontrou os três e os levou para São Paulo, onde o motorista foi até a polícia, e os terroristas resolveram sair à procura de comida. A noite chegou, e os dois foram dormir embaixo de uma marquise. No meio da madrugada de terça-feira foram acordados a socos e gritos por uma turma de mata mendigos, que queria queimá-los vivos. Foram socorridos pela Guarda Municipal, que deixou os dois em um colchão no corredor de um hospital, pois não havia vagas, e informou a Polícia Federal.
O delegado da PF afirmou que após a alta médica, pretende pedir a deportação dos terroristas, mas acha que isso vai demorar um bocado, pois a verba destinada ao transporte de deportados de volta para seus países foi suspensa pelo Governo.
O repórter que teve acesso aos dois terroristas relatou que eles choram muito, estão traumatizados e já não sabem mais se atacar o Brasil é um ato de terrorismo ou caridade...
(capa do calendário do jornal satírico americano The Oniom 2009)
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