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sábado, 15 de agosto de 2015

Divertida Mente (COM SPOILER)

Neste ano, no 68º Festival de Cinema de Cannes, uma animação foi aplaudida em pé por todos os presentes. Escrita por Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley, Divertida Mente é o novo sucesso da Pixar. 

Como todos os demais filmes da Pixar, que se desenvolvem em um universo próprio, este se passa dentro do cérebro humano, mais especificamente na cabeça da menina Riley, uma adorável garotinha que está enfrentando as dificuldades de uma mudança literal em sua vida.

A história é protagonizada pelas cinco emoções básicas que dirigem a vida de Riley: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho. A dupla Alegria e Tristeza lutam por controlar os principais momentos da vida de Riley, sendo que Alegria tenta evitar que Tristeza toque nas imagens felizes que a garotinha tem armazenadas em sua mente, mas acaba entendendo que a Tristeza é também um sentimento necessário, e que precisamos aprender a lidar com ela. Toda essa gama de sentimentos é abordada de maneira divertida e profunda ao mesmo tempo, há muita psicologia por trás da estrutura da história, e até a depressão é apresentada na vida da garota. Na cena em que ela foge de casa, a cor acinzentada da rua, das casas, mostra bem o que a menina sente na alma. 


Quando Alegria e Tristeza são lançadas para fora da Sala de Controle da mente de Riley, e as emoções básicas da garota se perdem, a menina fecha-se em seu ego, ficando até sem expressão às vezes. Medo, Raiva e Nojinho não conseguem controlar a mente da menina sozinhos, e Riley torna-se instável. Enquanto isso, Alegria e Tristeza vagam por várias partes da mente da menina, em sua jornada de volta para a Sala de Controle, e acabam entendendo que ambas são necessárias para o desenvolvimento de Riley. Durante a jornada, vários conceitos são explicados de maneira divertida, como a importância de um amigo imaginário, o sentimento que nutrimos pela família e amigos, o motivo pelo qual acabamos esquecendo das coisas que aprendemos mas não utilizamos, e até mesmo porque nos flagramos às vezes cantando uma música boba de algum comercial infantil que não vemos há tanto tempo...

Nunca duvidei da qualidade dos trabalhos da Pixar, mas Divertida Mente me marcou, talvez pelo fato de eu ter uma filha, e tentar entendê-la da melhor maneira possível. Não sei. É uma bela história, cheia de realismo e fantasia, pureza e sabedoria, um misto de diversão e aprendizado. Algo pra se lembrar.

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