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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Paralelas

Dentro do carro, sobre o trevo, a cem por hora
Oh, meu amor
Só tens agora os carinhos do motor
E no escritório onde eu trabalho
E fico rico, quanto mais eu multiplico
Dimimui o meu amor
Em cada luz de mercúrio, vejo a luz do teu olhar
Passa as praças, viadutos
Nem te lembras de voltar
De voltar, de voltar...
No Corcovado, quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana o mar sou eu 
E as borboletas do que fui pousam demais 
Por entre as flores do asfalto em que tu vais
E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas
Em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar, abro a vidraça 
E grito quando o carro passa
Teu infinito sou eu...
No Corcovado, quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana o mar sou eu 
E as borboletas do que fui pousam demais 
Por entre as flores do asfalto em que tu vais...
(Belchior)


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