Não vamos contar a "história da operação" porque o que importa é entender o que está ocorrendo, e não apenas saber datas. A Operação Lava a Jato foi deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano, e está desmantelando um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que já atingiu a cifra de R$ 10 bilhões. Mas tudo começou em Londrina, quando em 2008 o empresário Hermes Freitas Magnus, lesado numa "operação financeira", resolveu abrir o bico e relatar à Procuradoria da República o que estava acontecendo no país. E a PF, numa investigação mais profunda, identificou um grupo especializado em investimentos e desvios clandestinos que mantém a empresa estatal Petrobrás no centro do problema.
O esquema não é coisa nova: superfaturamento de contratos, licitações fraudulentas e pagamento de propina a políticos. E os "clientes" e "favorecidos" do esquema também "trabalham" com tráfico internacional de drogas e contrabando de pedras preciosas.
O chefe do esquema? Alberto Youssef, o doleiro. E o ex-diretor de refino e abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, também está envolvido, tendo sido responsável pela compra da quebrada Refinaria de Pasadena, no Texas, pagando mais do que ela valia.
Segundo Costa, as diretorias do PT, PMDB e PP recebiam 3% de todos os contratos da Petrobrás, como financiamento de campanha. O ex-diretor afirma que tudo começou em 2006, mas na verdade, a história começa antes, lá em 1983, quando funcionários que passavam em concursos da empresa tinham que aguardar na fila, para que os "apadrinhados" do antigo "ARENA" - que tornou-se depois PDS, e por fim, PFL - assumissem seus cargos primeiro.
Nos tempos do ilustríssimo senhor Fernando Henrique Cardoso, a ordem era acabar com as empresas do sistema, e nos corredores da Petrobrás, assuntos de corrupção, desvio de verbas e desmanche da empresa eram conhecidos por todos, menos pelas autoridades, que estavam orientadas, junto com a mídia, a ignorar os fatos. FHC e PSDB tinham as pessoas certas nos lugares certos, e a ordem era quebrar à força a Petrobrás, pois haviam "investidores americanos" interessados na compra da estatal, e quanto mais rápido quebrasse, mais rápido seria vendida, sendo que o preço seria um no papel, mas outro bem diferente por baixo da bandeira ética do PSDB.
(Angeli)
Voltando aos nossos tempos, o erro de Lula foi não mexer com os "grandes" que habitam a Petrobrás desde muito tempo. Um exemplo é Renato Duque, que a imprensa diz ter sido indicado por José Dirceu. MENTIRA: Renato Duque entrou na Petrobrás em 1978 (!!!) e há muito tempo já "mostra serviço" na área de corrupção.
Agora, o próprio governo trás luz aos escândalos, e a PF vem trabalhando cansativamente no desmanche do esquema. Empreiteiros e políticos estão sendo presos e interrogados. Não duvido de que os nomes de Lula e Dilma não venham à baila, mas nessa queda, muita gente vai cair junto.
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