O ex-ministro da Deseducação, Weintraub, foi correndo para os Estados Unidos antes mesmo de ser exonerado de seu cargo. Foi indicado para trabalhar no Banco Mundial - para você que não entendeu, é como se indicássemos um javali para dirigir um ônibus...
Eu comentei sobre isto dizendo que ele não duraria no seu novo trabalho, devido às exigências do Banco Mundial, que afinal de contas não é o Brasil onde qualquer um pode ser ministro desde que tenha aspirações fascistas e não saiba escrever. Mas eu estava enganado... ele não está tendo dificuldades NO trabalho. Está tendo dificuldades para COMEÇAR o trabalho, porque os funcionários do Banco Mundial não querem nem mesmo que ele assuma seu cargo devido à sua postura agressiva, racista e intolerante.
Segue abaixo cópia da carta enviada pelos funcionários ao presidente e vice-presidente do Comitê de Ética do Conselho do Banco Mundial, apontando os absurdos ditos por Weintraub e sua falta de bom senso:
Caros Sr. Schoenleitner e Sra. Shuaibu,
A Associação dos
Funcionários do Banco Mundial deseja chamar à atenção do Comitê de Ética da
Diretoria o registro do Sr. Abraham Weintraub, que deve começar a trabalhar no
Banco Mundial na qualidade de diretor-executivo interino da EDS15.
Muitos
funcionários ficaram profundamente perturbados ao saber o seguinte:
De acordo
com várias fontes, Weintraub publicou um tuíte de acusação racial que zomba do
sotaque chinês, culpando a China pelo novo coronavírus e acusando-os de
"dominação mundial", levando o Supremo Tribunal Federal a abrir uma
investigação sobre acusações de racismo (crime no Brasil). Weintraub sugeriu que
os juízes da Suprema Corte fossem presos.
Weintraub deu declarações públicas contra a proteção dos
direitos das minorias e a promoção da igualdade racial (seu último ato como
ministro da Educação foi revogar diretrizes para promover cotas para
afrodescendentes e povos indígenas no ensino superior). Ele já disse odiar o
termo "povos indígenas".
Embora sua indicação tenha sido condenada
por vários países clientes, a Associação dos Funcionários entende que a escolha
deste diretor-executivo é do Brasil e somente do Brasil. Dito isto, podemos e
devemos garantir que o comportamento e as ações de nossos membros efetivos
modelem o Código de Conduta para Funcionários do Conselho — exigindo os mais
altos padrões de integridade e ética em sua conduta pessoal e profissional — e
alinhados com nossas políticas operacionais, como nossa política de povos
indígenas.
Portanto, solicitamos formalmente ao Comitê de Ética que reveja os
fatos subjacentes às múltiplas alegações, com vistas a (a) suspender sua
indicação até que essas alegações possam ser revisadas e (b) garantir que o Sr.
Weintraub seja avisado de que o tipo de comportamento pelo qual ele é acusado é
totalmente inaceitável nesta instituição.
O Grupo Banco Mundial acaba de assumir
uma posição moral clara para eliminar o racismo em nossa instituição. Isso
significa um compromisso de todos os funcionários e membros do Conselho de
expor o racismo onde quer que o vejamos. Confiamos que o Comitê de Ética do
Conselho compartilhe essa visão e faremos tudo ao seu alcance para aplicá-la.
Atenciosamente,
Assembleia Delegada da Associação de Funcionários do Banco
Mundial.
Ele pode assumir o cargo? Pode. Mas com uma carta de apresentação dessas, se ele tivesse vergonha na cara, voltaria para o Brasil e se esconderia em casa.
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