#149 – 28/05/16 – “Carmina Burana, de Carl Orff”
Composição: Poema medieval, musicado por Carl Orff
Nem só de século XVIII e XIX sobrevive a música clássica. Carl
Orff é um dos maiores expoentes do estilo no século XX. Mais um alemão, nascido
em 1895, Orff supostamente teria amigos na Resistência (como Kurt Huber, que
foi morto pelos nazistas em 1943), inclusive, alegando fazer parte dela,
hipótese que nunca foi confirmada. Faleceu em 1982, aos 86 anos, sendo
consagrado pelo seu trabalho musical com crianças, e pela sua cantata Carmina
Burana, uma coleção de textos e poemas do século XIII, alguns irreverentes e
até eróticos, sendo que Orff musicou 24 poemas, a parte conhecida como O
Fortuna, que ganhou uma musicalidade muito pesada e impactante. A peça completa
dura mais de uma hora e consagrou o compositor no ocidente. Você pode não conhecê-la
de nome, mas, com certeza, já a escutou algumas vezes.
O fortuna
Velut luna
Statu variabilis,
Semper crescis
Aut decrescis;
Vita detestabilis
Nunc obdurat
Et tunc curat
Ludo mentis aciem,
Egestatem,
Potestatem
Dissolvit ut glaciem.
Sors immanis
Et inanis,
Rota tu volubilis,
Status malus,
Vana salus
Semper dissolubilis,
Obumbrata
Et velata
Michi quoque niteris;
Nunc per ludum
Dorsum nudum
Fero tui sceleris.
Sors salutis
Et virtutis
Michi nunc contraria,
Est affectus
Et defectus
Semper in angaria.
Hac in hora
Sine mora
Corde pulsum tangite;
Quod per sortem
Sternit fortem,
Mecum omnes plangite!
Fortune plango vulnera
Stillantibus ocellis
Quod sua michi munera
Subtrahit rebellis.
Verum est, quod legitur,
Fronte capillata,
Sed plerumque sequitur
Occasio calvata.
In fortune solio
Sederam elatus,
Prosperitatis vario
Flore coronatus;
Quicquid enim florui
Felix et beatus,
Nunc a summo corrui
Gloria privatus.
Fortune rota volvitur:
Descendo minoratus;
Alter in altum tollitur;
Nimis exaltatus
Rex sedet in vertice
Caveat ruinam!
Nam sub axe legimus
Hecubam reginam.
O fortuna
És como a Lua
Mutável,
Sempre aumentas
Ou diminuis;
A detestável vida
Ora oprime
E ora cura
Para brincar com a mente;
Miséria,
Poder,
Ela os funde como gelo.
Sorte imensa
E vazia,
Tu, roda volúvel
És má,
Vã é a felicidade
Sempre dissolúvel,
Nebulosa
E velada
Também a mim contagias;
Agora por brincadeira
O dorso nu
Entrego à tua perversidade.
A sorte na saúde
E virtude
Agora me é contrária.
Dá
E tira
Mantendo sempre escravizado
Nesta hora
Sem demora
Tange a corda vibrante;
Porque a sorte
Abate o forte,
Chorai todos comigo!
Choro as feridas infligidas pela Fortuna
com olhos lacrimejantes,
pois seu tributo de mim
cobra agressivamente;
Na verdade, está escrito
que a cabeça coberta de cabelos
a maior parte das vezes
revela-se, quando a ocasião se apresenta calva.
No trono da Fortuna
eu sentara, elevado,
coroado com as flores
multicoloridas da prosperidade;
apesar de ter florescido
feliz e abençoado,
agora do alto eu caio
privado de glória.
A roda da Fortuna gira;
eu desço, diminuído;
outro é levado ao alto;
lá no topo
senta-se o rei no ápice ?
que ele tema a ruína!
pois sob o eixo lemos
o nome da rainha Hécuba.
Velut luna
Statu variabilis,
Semper crescis
Aut decrescis;
Vita detestabilis
Nunc obdurat
Et tunc curat
Ludo mentis aciem,
Egestatem,
Potestatem
Dissolvit ut glaciem.
Sors immanis
Et inanis,
Rota tu volubilis,
Status malus,
Vana salus
Semper dissolubilis,
Obumbrata
Et velata
Michi quoque niteris;
Nunc per ludum
Dorsum nudum
Fero tui sceleris.
Sors salutis
Et virtutis
Michi nunc contraria,
Est affectus
Et defectus
Semper in angaria.
Hac in hora
Sine mora
Corde pulsum tangite;
Quod per sortem
Sternit fortem,
Mecum omnes plangite!
Fortune plango vulnera
Stillantibus ocellis
Quod sua michi munera
Subtrahit rebellis.
Verum est, quod legitur,
Fronte capillata,
Sed plerumque sequitur
Occasio calvata.
In fortune solio
Sederam elatus,
Prosperitatis vario
Flore coronatus;
Quicquid enim florui
Felix et beatus,
Nunc a summo corrui
Gloria privatus.
Fortune rota volvitur:
Descendo minoratus;
Alter in altum tollitur;
Nimis exaltatus
Rex sedet in vertice
Caveat ruinam!
Nam sub axe legimus
Hecubam reginam.
O fortuna
És como a Lua
Mutável,
Sempre aumentas
Ou diminuis;
A detestável vida
Ora oprime
E ora cura
Para brincar com a mente;
Miséria,
Poder,
Ela os funde como gelo.
Sorte imensa
E vazia,
Tu, roda volúvel
És má,
Vã é a felicidade
Sempre dissolúvel,
Nebulosa
E velada
Também a mim contagias;
Agora por brincadeira
O dorso nu
Entrego à tua perversidade.
A sorte na saúde
E virtude
Agora me é contrária.
Dá
E tira
Mantendo sempre escravizado
Nesta hora
Sem demora
Tange a corda vibrante;
Porque a sorte
Abate o forte,
Chorai todos comigo!
Choro as feridas infligidas pela Fortuna
com olhos lacrimejantes,
pois seu tributo de mim
cobra agressivamente;
Na verdade, está escrito
que a cabeça coberta de cabelos
a maior parte das vezes
revela-se, quando a ocasião se apresenta calva.
No trono da Fortuna
eu sentara, elevado,
coroado com as flores
multicoloridas da prosperidade;
apesar de ter florescido
feliz e abençoado,
agora do alto eu caio
privado de glória.
A roda da Fortuna gira;
eu desço, diminuído;
outro é levado ao alto;
lá no topo
senta-se o rei no ápice ?
que ele tema a ruína!
pois sob o eixo lemos
o nome da rainha Hécuba.
[Perdoem-nos se a letra não estiver completa, foi a única que encontrei :( ]
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