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domingo, 30 de agosto de 2020

Gerônimo - Uma Lenda Americana

Assistí novamente o filme "Gerônimo - Uma Lenda Americana", de 1993, com direção de Walter Hill. Não quero aqui analisar caracterísitcas técnicas do filme, mas sim a mensagem que nos deixou.

Na expansão americana para o Oeste, os índios navajos foram obrigados a viver em reservas, e mesmo estas não eram respeitadas, pois eram constantemente invadidas pelos brancos, que quando não exploravam a região por causa do ouro, vendiam aos índios bebidas e armas, destruindo sua cultura e tirando-lhes a paz.

Um índio se revoltou contra a imposição dos brancos, e por ter perdido sua esposa e filhos em um massacre da cavalaria americana, se recusou a ir para as reservas, tornando-se a dor de cabeça do general Crook Charles. Seu nome era Goyahkla, ele lutou contra o exército americano e mexicano, escapando de diversas capturas. Conta a lenda que ele foi chamado de Gerônimo devido aos gritos dos mexicanos quando fugiam de seus ataques: "Valha-me, São Gerônimo!".

Ele se rendeu em setembro de 1886 às tropas do general Nelson Miles no Arizona, e nunca retornou à terra onde nasceu, pois morreu na prisão em 1909. 

O México e os EUA sempre acusaram Gerônimo de massacrar americanos e mexicanos, mas se esqueceram prontamente da destruição dos povos navajos causada pela ganância dos desbravadores do Oeste. O homem branco decidiu que era superior aos índios, e dizimou o povo indígena e sua cultura. 

O texto abaixo, parte do filme, demonstra em poucas linhas o sentimento de tristeza e derrota do povo navajo, que não merecia o fim que teve, assim como todos os demais índios das Américas Central e do Sul, com toda sua riqueza e cultura, que o homem branco, em sua ignorante ganância, destruiu ao longo dos anos:

“Ninguém sabe por que o Deus único deixou homem branco tirar nossa terra.

Por que eles tinham que ser tantos?

Por que tinham tantas armas, tantos cavalos?

Por muitos anos o Deus único me fez guerreiro.

Nenhuma arma, nenhuma bala me matou.

Era esse o meu poder.

Agora o meu tempo acabou.

Agora talvez o tempo do nosso povo tenha acabado.”

- Gerônimo.


domingo, 16 de agosto de 2020

O Livro nos Livra

"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Frase dita por Cristo quando esteve neste mundo, que em sua época já era dominado pela ganância, falsa moralidade e hipocrisia romana. Frase esta que foi tomada pelos evangélicos para justificar sua própria hipocrisia e exploração da fé alheia. Frase esta que foi deturpada e distorcida pelo presidente deste país miserável e ignorante. 

A verdade realmente liberta, e é trazida pelo conhecimento. E qual o principal canal do conhecimento? O que proporciona ao ser humano conhecer as coisas, pensar, desenvolver espírito crítico e opinar? O livro! O livro nos transporta pela história, nos teleporta por mundos que não conhecemos, nos deixa participar de aventuras e nos faz reviver grandes momentos da história do mundo. O livro nos dá o conhecimento desenvolvido por grandes homens. O livro nos esclarece sobre fatos que muitos tentam distorcer ou esconder. O livro não julga e não escolhe seu leitor, fornecendo seu conteúdo indistintamente a quem o deseje.

No Brasil, o hábito da leitura vem se desenvolvendo aos poucos, e há uma pequena parcela da população que aprendeu a pensar e julgar por si mesma. E é esta pequena parcela da população que assusta quem está no poder, pois um homem que pensa por si mesmo não pode ser enganado. Então o que o governo faz, através do "guru da economia" (que até agora não resolveu nenhum dos problemas econômicos)? Resolve taxar o livro, aumentar os impostos, afirmando que livro é "coisa da elite". 

Livro não é objeto de consumo da elite! Livro é objeto de consumo de quem deseja não ser ignorante, de quem gosta de caminhar com as próprias pernas, de quem não quer repetir os erros do passado. Livro é conhecimento e o conhecimento liberta. A elite não quer que o trabalhador pense, pois quem pensa, reage. 

Um governo eleito por ignorantes deseja dificultar o acesso a livros para manter seu eleitorado, manter o gado no curral, manter seus seguidores quietos e fiéis, acreditando que existe uma ameaça comunista, acreditando que a Terra é plana, acreditando que empresários são mais importantes que trabalhadores, mantendo assim essas "verdades" na cabeça dos manipulados, que não pensam por si mesmos, que tomam os discursos do presidente por verdade absoluta e nunca irão reagir à crueldade dessa gente vil que está no poder, nem mesmo quando se tornam vítimas da loucura do presidente.

É a falta de leitura de bons livros que faz um ignorante aplaudir quando o governo facilita o acesso às armas. É a falta de conhecimento que faz com que brasileiros saiam às ruas protestar contra o isolamento social. É a falta de educação que faz com que pessoas invadam hospitais e perturbem o atendimento. É a falta de cultura que faz com que pobres acreditem que se estão pobres é por falta de esforço próprio. E é assim que o governo quer manter seu eleitorado: quieto e fiel, ou nas palavras de Zé Ramalho: "Vida de gado, povo marcado, povo feliz".


Observação importante: Livros escritos por imbecis não servem para nada. Alguns youtubers, terraplanistas, "gurus da economia", coachs e astrólogos frustrados não têm nada a ensinar. Eles fazem parte da "verdade" apregoada por Bolsonaro, que escraviza enquanto afirma libertar.