#152 – 31/05/16 – "Canon em Ré Maior, de Pachelbel"
Composição: Johann Pachelbel
Parece que a Alemanha é a pátria da música clássica em sua
plenitude. Johann Pachelbel é mais um compositor clássico, que nasceu e faleceu
em Nuremberg. Também demonstrou seu talento musical desde muito jovem. Foi professor
do irmão mais velho de Bach. Tem grande influência na música sacra do século
XVII, mas também teve obras marcantes na música secular. Sua peça mais
conhecida talvez seja o Canon em Ré Maior, de singeleza singular. O Canon (ou
cânone) é uma peça marcada pela repetição para cordas, e o canon de Pachelbel
atravessou o tempo, tornando-se conhecido até os dias atuais pela sua doçura e
sensação de paz e plenitude que transmite.
#151 – 30/05/16 – “Jesu Joy of Man's Desiring, de Bach”
Composição: Bach
Johann Sebastian Bach nasceu e faleceu na Alemanha, em pleno
século XVIII. Pouco se sabe de sua vida e seu cotidiano, mas sua vasta obra
ficou para o Ocidente, tornando-o, ao lado de outro alemão, Beethoven, um dos
maiores compositores da música europeia. A influência de Bach atravessou a
música erudito e chegou na música pop, com influencias no controverso (e
fabuloso) rock progressivo. Entre as principais peças de Bach, destaca-se o
coral Jesu Joy of Man's Desiring (Jesus,
a alegria dos homens, em tradução livre), o famoso movimento final da
cantata Herz und Mund und Tat und Leben
(Coração e boca e palavra e vida,
também em tradução muito livre). A linha melódica de Jesu Joy of Man's Desiring foi composta por Johann Schop e Bach
finalizou a harmonia e o instrumental. Com uma melodia leve e graciosa, o coral
transmite paz e sensação de alegria, tal qual a mensagem que carrega.
Jesus, joy of man's desiring Holy wisdom, love most bright Drawn by Thee, our souls aspiring Soar to uncreated light
Word of God, our flesh that fashioned With the fire of life impassioned Striving still to truth unknown Soaring, dying round Thy throne.....
Jesus, Alegria dos Homens Santa sabedoria, o amor mais brilhante Desenhado por Ti, nossas almas aspirantes Soar a luz incriada
Palavra de Deus, nossa carne que transformou Com o fogo da vida ardente Lutando ainda para a Verdade desconhecida No alto, morrendo ao redor de teu trono.....
#150 – 29/05/16 – Ária “Largo al Factotum”, de “O Barbeiro
de Sevilha”, de Rossini
Composição: Gioachino Rossini
Uma ópera é uma representação dramática musicada, um teatro
erudito, muitas vezes acompanhada de orquestra completa. Pode ou não haver diálogo
falado, mas sempre haverá o diálogo cantado, e os atores cantores são
obrigatoriamente classificados conforme seu tipo de voz. Um subgênero da ópera é
a ópera bufa, típica versão italiana da ópera cômica, caracterizada pela sátira
e pelo burlesco. Uma das óperas bufas mais famosas da história é O barbeiro de
Sevilha, de Gioachino Rossini, versão de uma obra homônima de Giovanni Paisiello.
A primeira apresentação d’O Barbeiro de Sevilha foi um fracasso. A peça só
ganhou o devido reconhecimento algumas apresentações depois, tornando-se um
marco da carreira de Rossini. Escrita em 1816, tornou famosa uma de suas árias,
Largo al Factotum, o popular “Fígaro”. Fígaro, na verdade, é o nome do
protagonista da ópera, o real barbeiro de Sevilha, e interprete desta ária. É considerada uma das peças mais
difíceis para um barítono, dado seu tempo, alegro, e a consequente rapidez dos
versos em italiano. Tão famosa, foi interpretada pelo Pica-Pau, pelo Pernalonga, Tom e Jerry...
(John Rawnsley, simplesmente perfeito)
(menção honrosa ao Pica-Pau...)
Largo al factotum della città.
Presto a bottega che l'alba è già.
Ah, che bel vivere, che bel piacere
per un barbiere di qualità! di qualità!
Abram caminho para o faz-tudo da cidade.
Apressem-se a sua loja que desde a madrugada está aqui.
Composição: Poema medieval, musicado por Carl Orff
Nem só de século XVIII e XIX sobrevive a música clássica. Carl
Orff é um dos maiores expoentes do estilo no século XX. Mais um alemão, nascido
em 1895, Orff supostamente teria amigos na Resistência (como Kurt Huber, que
foi morto pelos nazistas em 1943), inclusive, alegando fazer parte dela,
hipótese que nunca foi confirmada. Faleceu em 1982, aos 86 anos, sendo
consagrado pelo seu trabalho musical com crianças, e pela sua cantata Carmina
Burana, uma coleção de textos e poemas do século XIII, alguns irreverentes e
até eróticos, sendo que Orff musicou 24 poemas, a parte conhecida como O
Fortuna, que ganhou uma musicalidade muito pesada e impactante. A peça completa
dura mais de uma hora e consagrou o compositor no ocidente. Você pode não conhecê-la
de nome, mas, com certeza, já a escutou algumas vezes.
O fortuna Velut luna Statu variabilis, Semper crescis Aut decrescis; Vita detestabilis Nunc obdurat Et tunc curat Ludo mentis aciem, Egestatem, Potestatem Dissolvit ut glaciem.
Sors immanis Et inanis, Rota tu volubilis, Status malus, Vana salus Semper dissolubilis, Obumbrata Et velata Michi quoque niteris; Nunc per ludum Dorsum nudum Fero tui sceleris.
Sors salutis Et virtutis Michi nunc contraria, Est affectus Et defectus Semper in angaria. Hac in hora Sine mora Corde pulsum tangite; Quod per sortem Sternit fortem, Mecum omnes plangite!
Fortune plango vulnera Stillantibus ocellis Quod sua michi munera Subtrahit rebellis. Verum est, quod legitur, Fronte capillata, Sed plerumque sequitur Occasio calvata.
In fortune solio Sederam elatus, Prosperitatis vario Flore coronatus; Quicquid enim florui Felix et beatus, Nunc a summo corrui Gloria privatus.
Fortune rota volvitur: Descendo minoratus; Alter in altum tollitur; Nimis exaltatus Rex sedet in vertice Caveat ruinam! Nam sub axe legimus Hecubam reginam.
O fortuna És como a Lua Mutável, Sempre aumentas Ou diminuis; A detestável vida Ora oprime E ora cura Para brincar com a mente; Miséria, Poder, Ela os funde como gelo.
Sorte imensa E vazia, Tu, roda volúvel És má, Vã é a felicidade Sempre dissolúvel, Nebulosa E velada Também a mim contagias; Agora por brincadeira O dorso nu Entrego à tua perversidade.
A sorte na saúde E virtude Agora me é contrária. Dá E tira Mantendo sempre escravizado Nesta hora Sem demora Tange a corda vibrante; Porque a sorte Abate o forte, Chorai todos comigo!
Choro as feridas infligidas pela Fortuna com olhos lacrimejantes, pois seu tributo de mim cobra agressivamente; Na verdade, está escrito que a cabeça coberta de cabelos a maior parte das vezes revela-se, quando a ocasião se apresenta calva.
No trono da Fortuna eu sentara, elevado, coroado com as flores multicoloridas da prosperidade; apesar de ter florescido feliz e abençoado, agora do alto eu caio privado de glória.
A roda da Fortuna gira; eu desço, diminuído; outro é levado ao alto; lá no topo senta-se o rei no ápice ? que ele tema a ruína! pois sob o eixo lemos o nome da rainha Hécuba.
[Perdoem-nos se a letra não estiver completa, foi a única que encontrei :( ]