Submarino

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Retrospectiva Literária 2015 - Parte I: Melhores Leituras




Eeeeennnntão... demorou, mas saiu a primeira parte da retrospectiva literária de 2015. Peço desculpas pela demora, 2016 já chegou chegando, mas, enfim, isso não importa. No ano passado, tive uma excelente safra de leituras, foram 35 livros e a maioria, a maioria mesmo, foi nota 10. Farei mais um post, trazendo as estatísticas de minhas leituras do ano que passou, e, abaixo, trago a fina flor de 2015.


1. Convite para um homicídio
Agatha Christie
Lido em: Janeiro


Agatha Christie é, por tradição, minha leitura de férias, desde 2014, e no ano passado reli esta história muito bem contada de um anúncio de um convite para um homicídio, na casa de Letty Blacklock. Por coincidência, ou não, Letty é moradora de St. Mary Mead e, logo, vizinha de Miss Marple, que logo passa a investigar a estranha perseguição à Letty.


2. Porque não pediram a Evans?
Agatha Christie
Lido em: Janeiro


Foi a primeira vez que li Porque não pediram a Evans? e adorei a história! Enredo fechado, sem pontas soltas, muitas coisas acontecendo, mas todas bem explicadas, no romance que conta a história dos amigos Bobby e Thomas, que, graças a uma bola de golfe, encontram um homem a beira da morte insistindo na estranha pergunta: porque não pediram a Evans?


3. Os crimes ABC
Agatha Christie
Lido em: Janeiro


Mais uma releitura de Agatha Christie, esse é um dos meus livros favoritos dela e não podia deixar de ser um dos favoritos do ano. O livro é um pouco mais sombrio do que os romances da autora normalmente são, por trazer um tema que ela quase nunca explora: um serial killer. Nesta história, o assassino desafia somente o maior detetive do planeta, Hercule Poirot.



4. O mundo pelos olhos de Bob
James Bowen
Lido em: Janeiro


Esta é a continuação de Um gato de rua chamado Bob, livro que li em 2014 e que conta como James, morador de rua em recuperação do vício em heroína, teve sua vida literalmente mudada depois que o pequeno gatinho apareceu em sua casa. Ambos os livros conseguem passar toda a emoção e todo o amor que une os dois. Neste, James dedica parte especial a contar como foi o lançamento do primeiro livro, e como as pessoas no mundo todo receberam a linda história de gato e homem. Muito fofo e emocionante!



5. Os crimes do monograma
Sophie Hannah
Lido em: Fevereiro


Muitos fãs de Agatha Christie torceram o nariz para este livro, eu, ao contrário, adorei, e se não soubesse que a britânica Sophie Hannah era a autora, teria certeza de que era um livro de Agatha Christie! O livro conseguiu trazer o espírito do texto policial de Agatha, numa história bem amarrada e com um desfecho surpreendente. A construção da história, desde a chegada de Poirot no café, até seu encontro com Edward Catchpool e os três cadáveres no hotel, bem como a investigação do passado das pessoas assassinadas, desenvolve-se de uma maneira muito semelhante à forma como Agatha escrevia. Que fique claro, Hannah não fez uma cópia de Agatha, mas uma homenagem, utilizando-se dos elementos consagrados da autora para fazer sua história. Se Agatha aprovaria essa ressurreição de Poirot? Só Deus sabe, mas a trama ficou tão bem amarrada que quem sou eu para questionar?



6. Eu sou Malala
Malala Yousafzai e Cristina Lamb
Lido em: Março e Abril


Esta, sem dúvida, foi uma das MELHORES leituras de 2015. Depois de esperar ganhar o livro de natal ou aniversário – e não ganhar... – acabei comprando-o e, mesmo consumida pelos afazeres da faculdade (não gosto nem de lembrar) achei tempo para lê-lo. A emocionante história da jovem que quase foi morta pelo Talibã por defender a educação para as meninas paquistanesas é contada de maneira leve, e a jornalista Cristina Lamb soube traduzir a linguagem juvenil de Malala. A garota relata sua infância, fazendo coisas que qualquer garota gostaria de fazer, como navegar na internet, ler Crepúsculo e ouvir musica pop. Fala muito do seu dia a dia com sua família, seu pai, o sr. Ziauddin, um homem extremamente carismático e sensato, outro ferrenho defensor da educação, dono de uma escola no Paquistão e opressoramente perseguido pelo Talibã, por compreender que a religião não deve ser instrumento de escravidão, mas de libertação. O leitor sente a tensão ao se aproximar do dia fatídico do atentado, no final do livro. Malala sobreviveu, foi embora para a Inglaterra e sente falta das planícies do Paquistão. Mas seu esforço foi reconhecido. A garota é a pessoa mais jovem a ganhar um prêmio Nobel.


7. Manual Prático de Bons Modos em Livrarias
Lilian Dorea
Lido em: Maio


Conhecer os booktubers mudou minha vida em muitos aspectos, e um deles, sem dúvida, foi conhecer muitos livros de que nunca tinha ouvido falar. A minha querida Mell, do Literature-se, falava muito bem deste pequeno livro de... crônicas, seria? Enfim, sob a capa da personagem Hillé Puonto, a livreira (que inveja, meu Deus!) Lilian Dorea criou um blog  para registrar os causos mais bizarros em sua profissão. O sucesso foi grande e o blog batizou o livro, que trás histórias inacreditáveis, como a pessoa que chegou à livraria pedindo um orelhão, aquele dicionário famoso (ela jura que é verdade), a pessoa que queria a estante de livros porcaria, para comprar o livro da bruna surfistinha (que visionário esse cliente), o pedido do DVD do Repórter 6 (um abraço para J. K. Rowling) e muitas outras, e só abrir o livro e se esbaldar. Perfeito para quer ama livros e se diverte com eles.


8. O dia do Curinga
Jostein Gaarder
Lido em: Junho


Depois de, pelo menos, uns três anos empacado na minha estante, finalmente li O dia do Curinga. Eu imaginava que seria bom, afinal, é irmão de O mundo de Sofia, meu livro favorito da vida... mas não imaginei que este calhamaço poderia quase tomar o lugar do irmão famoso em meu coração... O dia do curinga me surpreendeu pelas lições sutis, pela excelente temática metafórica das cartas de baralho, pela trama bem amarrada, enfim, uma história emocionante, com pitadas de filosofia, mas com uma narrativa vigorosamente diferente de Sofia. Ao terminar, senti os olhos marejarem...



9. Harry Potter e a Câmara Secreta
J. K. Rowling
Lido em: Julho


Depois de uns três ou quatro anos, decidi, como narrei aqui no blog, realizar minha maratona Harry Potter, que me consumiu, graças à supracitada faculdade, o segundo semestre inteiro de 2015 (e foi meu consolo no fim deste ano verdadeiramente deprimente). Meus livros favoritos sempre foram o 2 e o 3, e, puxa vida, como essa leitura me trouxe novas percepções do livro, lendo com calma (depois de sempre ler desesperadamente, tentando buscar as nuances misteriosas da série), pude me divertir mais, perceber coisas que antes não percebera, enxergar como a história de Snape fazia sentido... Câmara Secreta é meu favorito por manter vivo o espírito de infância dos protagonistas, as aulas bem detalhadas, o mistério quase policial desenvolvido pela autora, enfim... um livro para crianças e adultos, nunca se esqueçam disso...



10. Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
J. K. Rowling
Lido em: Julho


Prisioneiro de Azkaban quase me desarmou nesta releitura... o texto é dinâmico, a história começa a amadurecer, muitas coisas são reveladas, claro, isso inclui o incrível final, para mim, o melhor dos sete. Ler este livro é uma mistura de emoções, e por isto ele está nesta lista.


 
11. Não espere pelo epitáfio
Mário Sérgio Cortella
Lido em: Julho e Agosto


Em julho, participei de um congresso em minha cidade, e um dos palestrantes era o grande (urso) Mário Sérgio Cortella. Professor, filósofo, escritor, o (urso) homem é um poço de conhecimento. Em Não espere pelo epitáfio, Cortella reuniu crônicas eruditas, mas de fácil compreensão, apesar da densidade de sua escrita. O (urso) autor fala do cotidiano, de temas subjetivos, como o amor e a educação, de maneira brilhante e certeira. Sua escrita me lembra muito a de Umberto Eco.



12. Sobre a escrita
Stephen King
Lido em: Setembro


Por fim (não que no último trimestre eu não tenha lido livros bons, mas aqui estão os melhores), no pior mês do ano para mim, li o melhor livro do ano. Minha experiência com Sthephen King, até então, se resumia a umas trezentas páginas do maravilhoso Sob a Redoma, que, a propósito, é meu livro do momento - uhu! Mas, há alguns anos atrás, abandonei a leitura de Redoma e tudo ficou por isso mesmo. Quando Sobre a escrita foi lançado aqui no Brasil, no ano passado (o livro é de 2000, com segunda edição em 2007, qual o motivo da demora, produção?), fiquei com cócegas para ler. Não resisti, comprei, e, MEU DEUS DO CÉU! Como esse cidadão escreve bem, como te fala coisas essenciais para quem quer escrever! O livro é um protótipo de manual do escritor, com dicas valiosíssimas, mas King trás também um pouco da sua vida, da morte da sua mãe, dos perrengues da vida de escritor, de como ele teve que literalmente juntar centavos, antes de ficar milionário, e, principalmente, de como o apoio de sua esposa há mais de quarenta anos, a também escritora Tabitha King, foi crucial para seu trabalho como escritor. O estilo de escrita de King é brilhante, ele parece realmente conversar com você, o texto flui sem perder a qualidade, características que também são palpáveis em Sob a Redoma. Mas de Redoma, eu falo depois... Enfim, foi, sem dúvida, a melhor leitura do ano e uma das melhores da minha vida...

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