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terça-feira, 12 de abril de 2016

Chega de Princesas!

Não quero aqui defender movimentos feministas radicais ou afirmar que a mulher é mais importante que o homem. Na verdade, ninguém é mais importante que ninguém. Mas um termo que me incomoda bastante é "princesa". Essa palavra, que virou adjetivo utilizado por mães bobas e rapazes mal intencionados foge completamente do que ela representa. Culpa da Disney? Também.

Princesa era a filha do rei na Idade Média, e ao contrário do que se imagina, o fato de ser filha de um rei não tornava a jovem princesa mais importante que as demais. A princesa era importante unicamente para seu pai, o rei, que a usava como moeda, como uma maneira de criar alianças e fortalecer reinos e impérios. Se um rei tinha vários filhos, ótimo, não faltariam herdeiros ao trono. Mas se ele tinha várias filhas, tinha várias chances de cedê-las como esposas a outros reis, criando alianças. Às vezes, jovens de 15 anos eram entregues como esposas a reis velhos de 60 anos ou mais, apenas como garantias de negócios entre reinos diferentes. O quarto da jovem servia como uma espécie de cela, onde ela ocupava-se com afazeres, quando não estava estudando, para tornar-se uma jovem esposa atraente para seu futuro marido, que negociava  o casamento com o pai da jovem.

Numa história relatada por Bernard Cornwell, um rei, ao saber que sua filha - que havia sido entregue como esposa a outro rei - foi assassinada por seu marido que desconfiava de sua fidelidade, apenas disse: "Não tem problema, tenho mais filhas".

A vida que uma princesa levava difere muito do que é contado hoje em bonitas histórias e filmes. A mulher na Idade Média era humilhada, era objeto de posse de seu esposo. Claro que haviam exceções, mas isso não justifica tratarmos alguém por "princesa" achando que isso é um elogio. Tenho uma filha, que é inteligente, dedicada, bonita, persistente. E ela poderá tornar-se uma jovem competente, capaz, responsável, independente, mas nunca será uma princesa. Nunca a chamarei de princesa e nunca vou admitir que outros a classifiquem assim. O tempo das princesas "moedas de troca" e submissas acabou.

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