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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Você tem o que Merece?

Nunca um texto redigido por um personagem fictício foi tão verdadeiro e oportuno. Nesses tempos de eleições municipais, nesses tempos de crise no Brasil, crise financeira, política e moral, o texto abaixo, escrito pelo repórter Ben Urich, o jornalista investigativo da série "Demolidor" nos fala de verdades que doem fundo na alma das pessoas comuns, dos trabalhadores, dos pobres, dos "derrotados", daqueles que não tem uma "carreira", uma "renda digna".  Infelizmente há coisas que não mudam, que não mudarão. A vida é injusta, e o ser humano é cruel.

(Ben Urich, na HQ e na série)

O texto é redigido com a intenção de trazer ao conhecimento do povo de Hell's Kitchen as maldades de Wilson Fisk, um poderoso chefe do crime que diz ser um homem de negócios com boas intenções para a cidade. Mas serve muito bem para vários outros poderosos de nosso tempo, para várias pessoas que são esnobes por serem ricas, para a classe alta, para os políticos e empresários que tratam o trabalhador como parte de seus estoques.


"Você tem o que merece. - É um velho ditado, um que sobreviveu ao longo dos anos por ser verdadeiro. Para a maioria, mas não para todos. Alguns têm mais do que merecem porque se acham diferentes dos outros, e as regras à que pessoas como você e eu - pessoas que trabalham e lutam para viver suas vidas, apenas viver - se submetem, não se aplicam a elas. E podem fazer qualquer coisa, viverem felizes para sempre enquanto o resto de nós sofre. E elas o fazem das sombras, sombras que criamos com nossa indiferença, com a frequente falta de interesse em qualquer coisa que não nos afete diretamente, a nós, no aqui e agora. Ou talvez seja apenas a sombra da fadiga, do quanto estamos cansados, lutando pra agarrar nosso caminho de volta a uma classe média que já não existe, graças àqueles que tomam mais do que merecem. E continuam tomando, até só sobrar para o resto de nós uma lembrança de como costumava ser antes das corporações e do capital decidirem que não tínhamos mais importância.
Mas nós temos. Você e eu, o povo desta cidade. Nós ainda nos importamos..."

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