Submarino

Páginas

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

#366Acordes - Acorde #230 - Eu sei que vou te Amar

#230 - 17/08/2016 - "Eu sei que vou te Amar"
Composição: Tom Jobim
Interpretação: Roberto Carlos

É, eu sei. Podem criticar. Entre tantas versões dessa linda música escolhi a interpretada por Roberto Carlos. Fim de ano na Globo é uma droga mesmo, sei disso. Mas Roberto Carlos é um grande intérprete, afinadíssimo. E quem melhor pra interpretar uma canção feita pelo grande Tom Jobim, que entendia de música, que sabia o que estava fazendo? Me parece que não nasce mais gente assim.

Eu sei que vou te amar nasceu na bossa nova, no coração do Rio e também no de Tom Jobim. Tom era compositor, cantor, violonista e pianista e foi o responsável por introduzir no samba suas influências do jazz, transformando-o na Bossa Nova, e divulgando esse ritmo para o mundo todo. Quem disse que não é possível melhorar o samba, transformando-o em algo melhor?

O poema "Soneto de Fidelidade" é de Vinicius de Moraes, diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta, cantor e compositor. E fazia todas essas coisas muito bem. E Roberto Carlos? Roberto Carlos é o rei. Ouça sua afinação, e conteste se puder.


Eu sei que vou te Amar / Soneto de Fidelidade

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar.

E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida.

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa ausência tua me causou.

Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida.

“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.” *

E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida.

Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida.

* "Soneto de Fidelidade", Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.