Ano passado vimos no cinema a continuação de uma das obras clássicas do cinema mundial: a saga de Mad Max, intitulada "Mad Max - Estrada da Fúria". Em um mundo pós apocalíptico onde a ganância humana já destruiu tudo o que conhecemos hoje como civilização, os sobreviventes se uniram em torno de líderes violentos, como tribos selvagens, que lutam por água, munição e combustível para seus carros de guerra.
Nesse mundo cruel e hostil, o louco Max foi capturado pelos homens do líder Immortan Joe, e está sendo usado como bolsa de sangue por um de seus homens. Durante a perseguição à Imperatriz Furiosa - uma das mulheres do líder, que planejava fugir de seu domínio com outras mulheres - Max escapa e junta-se a ela numa fuga sensacional e desesperada pelo deserto, em busca de vida e recomeço.
Mesmo quem não conhece as origens de Mad Max, a perda de sua mulher e seu filho e sua luta pela sobrevivência, apaixona-se pela obra e reconhece a genialidade de George Miller, o diretor, roteirista e produtor dos quatro filmes do personagem, que foi representado nos três primeiros filmes por Mel Gibson, e no último por Tom Hardy.
Aclamado universalmente pela crítica, descrito como obra-prima do cinema de ação, "Mad Max - Estrada da Fúria" foi indicado em 10 categorias no Oscar 2016 e recebeu numerosos prêmios, além de adjetivos como "notável" e "glorioso", e nas palavras de alguns críticos, "envergonhou todos os filmes de ação com enormes orçamentos na última década, superando-os".
Precisei expor toda a grandiosidade da obra para explicar o que vem acontecendo no Brasil: Algumas semanas atrás tive a decepção de ver uma entrevista onde o ator global Cauã Reymond apresenta o filme "Reza a Lenda", mais uma "grande produção das indústrias Globeleza", onde motoqueiros do sertão correm pela caatinga carregando uma santa na garupa - que deve usar capacete - enfrentando coronéis senhores de latifúndios e procurando um altar onde a santa deve ser colocada para que a chuva volte a cair no sertão... (como é fácil dar a sinopse desse filme). Mas, pior que a sinopse do filme é a declaração de Cauã, que afirmou descaradamente que o filme foi inspirado em Mad Max!!! Como assim??? A única coisa que foi inspirada pra fazer esse filme deve ter sido outra substância...
Além disso, durante o carnaval, tive o desprazer de ver o clipe Metralhadora, da Banda Vingadora. Durante a apresentação de mais um sucesso feito com monossílabos e batida de axé, ouço Thais Reis, o "gênio" por trás da "criação", dizer que o clipe foi inspirado em Mad Max!!! COMO ASSIM??? DE NOVO???
Queridos malucos brasileiros, atores globais e "músicos" do axé, se vocês querem continuar fazendo esse tipo de trabalho, tudo bem! Mas não façam qualquer coisa afirmando que foram inspirados por obras que são clássicos mundiais! Se vocês realmente se inspirassem na obra de George Miller, fariam coisas grandes! Essa "inspiração" da qual vocês falam soa como uma ofensa a esses clássicos. Nos poupem de tanta ignorância, já basta o tipo de música que ouvimos por aí todos os dias. Nos poupem! Produzam filmes bons, façam músicas de verdade, e não precisarão dizer que se inspiraram em nada. Façam coisas boas e serão reconhecidos. Dedico a vocês e suas produções a frase de Immortan Joe: MEDÍOCRE!
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