Os Miseráveis
Victor Hugo
Dorme. Viveu na terra em luta contra a sorte
Mal seu anjo voou, pediu refugio à morte
O caso aconteceu por essa lei sombria
Que faz que a noite chegue, apenas foge o
dia.
Aos 16 anos, eu tive a felicidade de agarrar
com unhas e dentes este livro, da prateleira de literatura francesa da
biblioteca pública, e tive a mais triste e maravilhosa leitura da minha vida,
tão maravilhosa que me fez memorizar para sempre, em minha mente e em meu
coração, o trecho acima. Eu poderia passar uma semana escrevendo o que Victor
Hugo e Os Miseráveis representam para a literatura – e para mim – e não conseguiria,
tamanha sua grandeza, sua profundidade, capaz de tocar a mente e a alma, com
sua critica dura à sociedade francesa do século XIX, circundada pela era Napoleônica, e a profundidade dos
dramas vividos pelos personagens, tão reais até hoje. Hugo escreveu esta obra
magnífica simultaneamente em Milão, Roterdã, Budapeste, Paris, Leipzig e
Bruxelas. A vivência do escritor acompanhava sua vida perturbada, mas de
maneira alguma apaga a grandiosidade do seu legado – Hugo também é autor de O
Corcunda de Notre Dame. Imagine-se condenado à cinco anos de prisão por roubar
um pedaço de pão para sua irmã e seu sobrinho que passam fome. Mais atual impossível. Diante do
desespero, Jean tenta fugir, e sua pena aumenta vertiginosamente. Graças à
bondade do bispo Myriel, Jean encontra abrigo após finalmente sair da cadeia. A saga de
Valjean segue pela França, fugindo do maldito Javert – sinto raiva só em
pronunciar seu nome – até que seu destino se cruza com o de Fantine e Cossete,
e uma nova história se desenha. Chorei muito ao terminar de lê-lo, e ainda me
emociono ao lembrar deste livro.
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