Submarino

quinta-feira, 4 de junho de 2015

ITAÚ - Feto em saco plástico enquanto mãe "fecha o caixa"

Em 2010, uma funcionária do banco Itaú, grávida e que já não se encontrava muito bem devido ao ambiente de pressões e excesso de trabalho a que são submetidos os bancários, passou mal durante o expediente, e acabou tendo um aborto espontâneo ali mesmo, na agência.

O que surpreende é que seus superiores não permitiram sua saída, e a mulher, desesperada, abatida pela situação em que se encontrava e ensanguentada, colocou o feto num saco plástico, e foi obrigada a efetuar o fechamento do caixa geral, saindo três horas depois.

No outro dia, após ir ao médico, teve que retornar ao banco para efetuar a passagem da tesouraria para outro funcionário, e teve apenas quatro dias de afastamento, em vez de trinta.

A denúncia foi feita pelo SINTEC (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Crédito) de Tocantins, e o Ministério Público do Trabalho deste Estado ouviu os demais funcionários, que comprovaram a história, e afirmaram que o ambiente de trabalho é composto por metas inatingíveis, ameaças veladas, assédio moral e desastrosa gestão laboral, causando adoecimento dos funcionários, com casos de estresse, tendinite, LER e outros problemas, sem contar as horas excessivas de trabalho, o que força os funcionários, na maioria das vezes, a ficar sem almoço. O MPT - TO exige o pagamento de 20 milhões de reais pelo banco como indenização.

Nunca torci tanto para que um fato que relato aqui não fosse verdade. Infelizmente, verifiquei várias fontes, e este fato é verdade, uma verdade terrível. E isso não ocorre apenas no Itaú! Em quase todos os bancos a rotina é assim. Falta de funcionários, horas excessivas de trabalho, funcionários sem almoço, e cobranças, muitas cobranças.

O que mais me irrita é que nas paredes de todas essas empresas, e em seus "manuais" e "códigos de ética" estão descritas suas declarações de "respeito aos colaboradores" e "valorização de pessoas". Quando os responsáveis por estas empresas - aqueles que realmente podem contratar ou exigir a contratação de mais funcionários - não têm ética, não têm moral e não valorizam as pessoas que lhes são subordinadas, não adianta falar em ética, não adianta falar em valorização de pessoas. Quando uma cultura de respeito aos funcionários realmente existe, não precisa haver cartazes em paredes ou declarações em manuais. Infelizmente vivemos um novo feudalismo, e somos apenas números numa folha de pagamento. Quando não servimos mais, somos substituídos como uma engrenagem com defeito. É assim que o capitalismo funciona, e a única coisa que essas empresas respeitam é lucro.

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