Submarino

sábado, 10 de agosto de 2013

#365Livros - #Livro222 - A EXTRAVAGÂNCIA DO MORTO

 Poirot contemplando a "extravagância"

A capa da minha versão, da Record (a de cima é da Altaya, que tem as capas mais legais, por sinal), está aqui somente por nostalgia minha...




A extravagância do morto
Agatha Christie

Quando ouvir falar desse livro pela primeira vez, pensei “Caraca, deve ser um milionário maluco, estilo Sílvio Santos, cheio de não me toques e excentricidades, que todo mundo odeia e acaba sendo morto da maneira mais violenta e sanguinolenta possível. Deve ser fod@”. Ou seja, criei meu próprio livro. Qual não foi minha gigantesca decepção quando descobri que a “extravagância” não passava de um jogo de palavras de Agatha, intraduzível para o português. A palavra Folly, segundo nota do próprio livro, significa loucura, excentricidade, como na língua portuguesa, mas também é uma expressão idiomática, uma gíria do inglês para construções exageradas, extravagantes, consideradas inúteis. Essa confusão é aproveitada na própria história. Ariadne Oliver, a escritora de romances policiais criada por Agatha, é contratada para criar uma “caçada ao detetive” para divertimento de fim de semana de uma família extravagante. Oliver, amiga de Poirot, chama o belga para ajudá-la a tornar a brincadeira mais “realista”, com a presença de um detetive que parece qualquer coisa, menos detetive. Mas tudo bem. Quando Oliver apresenta a propriedade para Poirot, e lhe mostra a “extravagância”, ele fica “boiando”. “Que é isso, extravagância? Um baile de mascaras”, diz o detetive. Poirot é belga, e provavelmente não conhecia a gíria.
Apesar da minha decepção, e da volta enorme que fiz, o livro é bom, muito bom. Ariadne Oliver organiza a brincadeirinha, com tudo que tem direito, armas, suspeitos, e uma moça muito interessante fisicamente para “interpretar” o cadáver. O problema é que, no final da brincadeira, a moça deixa de interpretar e se torna um cadáver de verdade. E Poirot tem de parar de brincar de detetive e entrar em ação.

Nenhum comentário: