Submarino

quinta-feira, 27 de abril de 2017

A morte do português

Uma publicação na internet falava de algum evento futuro, e alguém, em tom "jocoso", comentou dizendo que só acreditava se os Simpsons confirmassem... Aí começou o problema...

Algum maluco fanático religioso quis aproveitar a situação para "descer a lenha" nos Simpsons, já que para esse tipo de gente, tudo é do Diabo... mas o comentário foi tão mal escrito que virou piada. Transcrevo abaixo:


"Só acredito se os Simpsons confirmarem... essa mania nao existe para mim os tal de simpsons nao existe eles filho do diabo esse desenho simposons é diabólico nao acredito nesses caras as pessoas tambem nao deveriam acreditar em um desenho a que absurdo. que ;eu sabia tem que acreditar em deus; nao em homens e desenhos simpsons tudo burrice isso sim acreditar em previsoes deles a poxa to fora disso; confio em deus em primeiro lugar. nao sei se acredito so deus revelar aos servos fieis e verdadeiros filhos de deus"


Tentei reproduzir com a mesma "concordância e pontuação" com que o texto foi escrito.


Outro caso: Um comentário na avaliação de um jogo baixado na Play Store:


"Esse jogo eu instalei para meu irmão ... que ele pediu eu instalar esse jogo mas eu não queria pq teria que desinstalar o planet of cubes aí eu pensei 2 vezes e disse ponha o jogo que ele nem gosta mais o jogo que ele gosta claro que eu não ia desinstalar o jogo dele aí eu desinstalei o meu é eu gostei desse jogo também. Mas eu também gostei dele também."


Esses e outros textos são exemplos da maneira como as pessoas estão se "comunicando" atualmente. Eu pergunto: adianta tanta informação disponível estar ao nosso alcance? Adianta alguma coisa a "inclusão social e digital"? Os adolescentes e jovens não sabem ler, não sabem escrever, não sabem falar e muito menos compreender! Recebo todos os dias e-mails de pessoas que trabalham em empresas importantes, em setores importantes, mas escrevem seus e-mails de maneira tão pobre e errada que eu sinto vergonha alheia. O mínimo que o ser humano precisa saber é como se comunicar com seus semelhantes!

Por que é tão difícil deixar o facebook de lado e ler um bom livro? Por que é tão difícil ter um dicionário à mão quando não sabe como escrever uma palavra? E aquela velha Gramática jogada na gaveta? Não seria bom relembrar algumas regrinhas?

O mundo muda, a tecnologia avança, mas a verdade ainda é a mesma, quem quer aprender de verdade, dá seu jeito.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Voltando pra ca...deia

E o goleiro Bruno vai voltar para a prisão. A decisão saiu hoje, a liminar que deu liberdade ao goleiro foi revogada por três votos a um. Bruno foi condenado em 2013 a 22 anos e três meses de prisão pela morte de Eliza Samudio, que ocorreu em 2010.

O crime foi considerado homicídio triplamente qualificado, O advogado do goleiro informou que está "indignado" com a decisão. Estou tentando entender como o advogado de alguém que é culpado pela morte de uma mulher que foi estrangulada e teve seu corpo ocultado ainda consegue ficar indignado quando seu "cliente" é preso...

sexta-feira, 21 de abril de 2017

A Depressão e a Pressão dos Bancários

Trago hoje um resumo da reportagem da revista FENAE AGORA, Edição 87, de junho de 2016, que fala sobre assédio moral, isolamento social, depressão e suicídio. Muito interessante e necessário nesses tempos de angústia em que vivem os trabalhadores, pressionados por metas e chefes hostis, desvalorizados cada dia mais por seus empregadores, que querem apenas aumentar seus ganhos. 

"Qual o castigo maior para um mortal que ousou burlar a morte, do que ser condenado a passar a eternidade realizando um trabalho inútil, sem sentido e sem esperança? Foi assim que pensaram os deuses gregos ao condenarem Sísifo a empurrar uma pedra até o topo de uma montanha. A pedra, então, rolaria para baixo e ele teria que começar tudo de novo. Por toda a eternidade.
Alber Camus em seu livro "O Mito de Sísifo", escrito em 1947, compara a mitologia com a vida laboral moderna, operários que trabalham a vida toda, fazendo tarefas para as quais não vêem utilidade. Camus defende que esse destino é mais trágico ainda se o trabalhador não tem consciência disso. Pode levar ao desespero e à desistência da vida. A maneira para combater isso é a revolta, a discussão sobre a desumanização do trabalho.

O pesquisador Marcelo Augusto Finazzi defendeu sua tese de mestrado - intitulada "Patologia da solidão: o suicídio de bancários no contexto da nova organização do trabalho" - na UNB, na qual afirma que o assédio moral, o incentivo ao individualismo e à competição foram fatores determinantes na decisão dos pesquisados em tentar o suicídio.

A reestruturação econômica dos tempos modernos mudou a relação de trabalho dos bancários com seus colegas e com o próprio trabalho. O enxugamento, a eficiência a qualquer custo, a pressão por produtividade e as metas abusivas, sem falar nos chefes hostis que cobram jornadas de 10, 12 e até 15 horas por dia, criam um clima de 'ninguém é amigo de ninguém'.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, entre 1993 e 2005 um bancário cometeu suicídio a cada 20 dias. O trabalhador passa a acreditar que ele é o problema, não percebendo mais que é o ambiente de trabalho que está oprimindo a ele e seus colegas.

São poucos os bancários que ainda não tomam antidepressivos e não estão sofrendo de síndrome do pânico, problemas psicológicos que acabam encontrando uma válvula de escape como doenças físicas, prejudicando a vida. E quando o desespero chega ao extremo, o trabalhador passa a contemplar o suicídio como uma opção convidativa. Triste realidade do capitalismo, da produção excessiva, dos lucros sem medida. Triste realidade das modernas relações de trabalho."


quarta-feira, 19 de abril de 2017

Enganos da Saúde Brasileira

Insulina em vez de vacina contra H1N1 em 2016. Vacina contra febre amarela em lugar de vacina contra H1N1 em 2017. O que está acontecendo?

Não devemos apontar um nome, achar que uma única pessoa é a responsável pelo erro. Afinal, não se conhecem as condições de trabalho da unidade de saúde onde se cometeu o engano. Não se sabe o tamanho da pressão ou cobrança pela qual os funcionários passam. A pressão induz à pressa, e a pressa induz ao erro.

São casos de enganos de medicação que prejudicaram várias pessoas. As mães que receberam a vacina contra febre amarela por engano terão que suspender a amamentação de seus filhos por pelo menos trinta dias. Talvez após esse período o bebê nem se adapte mais ao leite materno. É triste e complicado, mas é real.

O problema não é o engano em si, não é o funcionário, que as pessoas adoram chamar de incompetente, mesmo sendo às vezes menos competentes que ele... O problema é a SAÚDE NO BRASIL, que tem se tornado um grande engano. Todos os dias, os brasileiros DA CLASSE BAIXA sofrem com falta de médicos, falta de funcionários nos hospitais, falta de leitos. Tudo é um grande engano. As promessas dos governantes nunca são cumpridas. As metas nunca são atingidas.

As verbas para a saúde precisam chegar ao destino, e a gestão desses recursos precisa ser feita por gente disposta e honesta. Funcionários precisam ser contratados, médicos precisam ser bem pagos. Pacientes precisam ser valorizados e tratados como seres humanos que são, não como pedaços de carne. Quando isso acontecer, essas trocas de vacina, esses enganos triviais deixarão de existir.

domingo, 16 de abril de 2017

Coréia do Norte versus EUA

Aumentam as tensões entre Coréia do Norte e Estados Unidos. Kim Jong-un pretende realizar um teste com armas nucleares nos próximos dias, e os EUA já estudam uma resposta militar às provocações do ditador.

Os Estados Unidos estão contando com a China e a Coréia do Sul para enfrentar o ditador norte coreano, mas dessa vez, caso haja uma guerra, Kim Jong-un não vai perder a chance de atacar os EUA em casa. O ditador não tem escrúpulos nem limites, e Trump se arrisca muito ao resolver enfrentar a Coréia do Norte.

Milhares, talvez milhões de civis, estarão em risco de uma guerra nuclear. Que o mundo seja sensato, e que a diplomacia seja a melhor arma.

Kim Jong-un realizou um desfile militar ontem, na comemoração do Dia do Sol, demonstrando o poderio do exército e armamento norte coreano, fazendo deste evento uma ameaça ao mundo. O ser humano corrompe o poder, e esquece de que é passageiro. A vida do homem é um sopro, independente de quanto poder ele tenha em mãos.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

MOAB - A mãe de todas as bombas

Os militares americanos, os governantes americanos, os parlamentares americanos, todos gostam de vangloriar-se por possuir a melhor arma, a melhor munição, a melhor tecnologia, a maior bomba, isso deve ser pra compensar alguma outra coisa... 

E hoje no Afeganistão eles lançaram uma bomba chamada GBU-43B Massive Ordnance Air Blast - MOAB. Sua sigla também combina com Mother of all bombs, mãe de todas as bombas.

Essa bomba pesa 9,8 toneladas, uma explosão equivalente a 11 toneladas de TNT e perde apenas para as bombas nucleares. Foi testada pela primeira vez em 2003 na Flórida, e hoje foi lançada sobre um sistema de túneis e cavernas - assim espero - utilizado pelos soldados do Estado Islâmico.

Esperamos que os militares americanos não tenham errado o alvo, como "acontece às vezes", e não tenham matado civis que nada têm a ver com a guerra e que nada devem ao ISIS e muito menos aos americanos.

Foto CNN

terça-feira, 11 de abril de 2017

A guerra na Síria

O ataque com armas químicas promovido na Síria causou a morte de várias pessoas. A destruição na cidade não tem medidas. A tristeza e a desolação causadas na vida das pessoas é inacreditável.

Tudo começou em março de 2011, quando o levante contra o governo de Bashar al-Assad teve início. Os protestos pacíficos da Primavera Árabe foram tornando-se mais agressivos, a luta armada começou, desencadeando a guerra civil.

A Síria tem um único partido. Assad governa desde 2000 e usa a fome e a miséria para punir a população civil, que está descontente com sua opressão. A Rússia apóia o ditador sírio, e os EUA apoiam a oposição. Em meio a tudo isso, mais de 5 milhões de crianças tiveram suas vidas destruídas pela guerra. Há mais de 8 milhões de refugiados.

Crianças mortas. Pais chorando com seus filhos mortos em seus braços. Crianças soterradas nos bombardeios. Gases mortais. Bebês que perderam a vida. Crianças que nem sabem ainda que estão sozinhas no mundo.

Os governantes dos principais países poderiam, se quisessem, resolver esta situação. Mas não querem. EUA e Rússia também têm interesses econômicos. nada é feito por bondade ou misericórdia.

Talvez os países ricos tenham criado seus próprios inimigos terroristas, quando destroem vidas que não merecem, apenas porque elas estão no caminho de seu "progresso econômico".

Só é possível compreender o que motiva uma pessoa quando vivemos o que ela viveu. O ser humano é mau desde o princípio. Matar crianças não é terrorismo?

Sobrevivente com seus dois filhos mortos durante o ataque

sábado, 8 de abril de 2017

Utilitarismo - John Stuart Mill

Estou lendo um livro sobre Utilitarismo, uma doutrina filosófica cujos pioneiros foram Jeremy Bentham e Stuart Mill. Bentham aliava sua teoria ao hedonismo - as ações morais são aquelas que maximizam o prazer e minimizam a dor. 
O Utilitarismo de Stuart Mill se afasta do hedonismo, e se aprofunda na bondade, considerando que a felicidade deve ser não apenas para uma pessoa, mas para a coletividade.

O julgamento das ações de acordo com o Utilitarismo é simples: são pesadas suas consequências, e quando as consequências positivas são superiores às negativas, a ação é considerada uma boa ação moral.

Stuart Mill também analisa a situação da nossa educação moral: somos ensinados a não fazer certas ações porque a sociedade e a justiça as consideram erradas, e essas más ações nos trarão consequências ruins. Mas o ideal não seria avaliarmos nossas ações partindo de nossa consciência? A "punição" moral deveria vir de dentro de nós, e não da sociedade. Quando o ser humano aprender que não deve cometer o mal não porque a sociedade está observando, mas porque é errado, muitas ações más deixarão de existir.

Podemos tomar como exemplo a corrupção que assola o Brasil. O ser humano aprende que não deve roubar, pois será preso, a sociedade o julgará mal e perderá sua confiança. Então quando "ninguém está olhando" e a oportunidade surge, o ser humano rouba. Se dentro de sua consciência o ato de roubar fosse condenado antes de se tornar real, se o ser humano estivesse pensando não somente em si, mas também na coletividade, no bem geral, como ensina o Utilitarismo de Mill, a corrupção não existiria. Infelizmente, será necessária uma mudança muito grande na educação moral e na ética humanas para que o ser humano se torne um ser preocupado com seus semelhantes, deixando de ser egoísta.

John Stuart Mill

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Último Turno - Stephen King SEM SPOILERS

Provando que um ótimo autor de livros de terror pode ser um ótimo autor de livros policiais, Stephen King finaliza magistralmente a trilogia Bill Hodges com o terceiro livro, intitulado "Último Turno".

Comecei a ler esta trilogia por acaso, pois peguei o primeiro livro emprestado (Mr. Mercedes), e quando comecei a ler, não consegui mais parar. Logo de início, King nos conta quem é o assassino, e mesmo assim você continua lendo ávidamente página após página tentando entender como funciona a mente deste psicopata e qual sua influência em suas vítimas.

Já no segundo livro, "Achados e Perdidos", Bill Hodges, nosso querido detetive aposentado enfrenta um outro assassino, um fã obsessivo que mata por seu "amor" à literatura, enquanto o psicopata do primeiro livro está internado numa clínica de traumatismo à beira da morte...

No terceiro livro, "Último Turno" - título escolhido pela esposa de Stephen King - uma pequena dose de terror é acrescentada à trama policial, e nos vemos pulando de coisas inexplicáveis para fatos totalmente explicáveis. No fim, o mal é vencido, e os fatos se ajustam para o término da história de uma maneira que só Stephen King sabe fazer.

A trilogia nos deixa com saudade dos personagens, nos deixa torcendo pra que eles continuem tendo sucesso em outras histórias das quais não vamos saber. O livro nos faz entender e admirar pessoas que não são entendidas ou admiradas por puro preconceito. É policial, é uma pequena dose de terror, mas é também uma lição para fazermos sempre o que precisa ser feito.

domingo, 2 de abril de 2017

Pokémon Go e redes sociais

Em agosto de 2016, falei aqui sobre a febre Pokémon Go, a modinha do momento. Coisa linda! Gente caminhando pelas ruas com nova disposição e propósitos. Pessoas deprimidas que foram curadas pelos poderes do maravilhoso aplicativo que resumia-se a caminhar por aí caçando pokémons. Mas tudo passa.

Acho tão ridículas e hipócritas algumas invenções humanas que até fico com vergonha de fazer parte da espécie. Velhinhos afirmavam que "haviam descoberto um ótimo motivo para sair com seus netos: caçar pokémons". E o amor pelos netos não conta? Onde estão estes velhinhos agora? Voltaram para suas cadeiras de balanço? Os avós que realmente amam seus netos continuam por aí cuidando deles e passeando com eles.

E os deprimidos que haviam sido "curados", voltaram para seus quartos escuros? Quem resolve lutar pela vida continua lutando, não precisa de um monstrinho colorido pra lhe dar ânimo.

A tecnologia é boa e necessária, mas o ser humano precisa usá-la, e não o contrário. O que mais vemos são mães que esquecem de cuidar dos filhos, mas não esquecem de atualizar seu perfil nas diversas redes sociais das quais fazem parte. Jovens com mais de cinco mil amigos, mas que se irritam com seus pais por qualquer coisa. Então quando lhes ocorre algum problema sério, nenhum dos cinco mil amigos lhes dará apoio, e sim, seus pais.

A melhor rede social da qual poderíamos fazer parte seria um bom grupo de amigos, pessoas boas e confiáveis - que são raras - com as quais pudéssemos passar o tempo, conversar, rir e até produzir algo útil. Foi assim que a humanidade se desenvolveu, mas este tipo de relação está desaparecendo. Como será a sociedade do futuro? Algo preocupante a ser analisado.