Greve dos policiais na Bahia, e ameaça de greve em Brasília. É uma situação complicada. Por um lado, os policiais têm razão. Saem de casa todas as manhãs sem saber se voltam. Arriscam suas vidas (em teoria) pra proteger pessoas e estabelecimentos, e não ganham o que deveriam ganhar. Você, leitor, acha que vale a pena enfrentar bandidos armados numa situação de assalto ou sequestro pra receber R$ 1.500,00 ou R$ 2.000,00 no fim do mês? Realmente não vale a pena.
Mas por outro lado, volto a bater na mesma tecla que uso quando acontece greve dos carteiros: Quando você assina seu contrato e se torna um funcionário público, você sabe o que vai enfrentar, sabe a sua função, e já que assinou, então cumpra com seu dever. Os policiais da Bahia ainda têm um salário regular, os de Brasília também. No Rio de Janeiro (onde a situação é bem pior), São Paulo, Santa Catarina e outros estados, já não é bem assim. Sinceramente, eu não concordo com esta atitude grevista, ainda mais quando começam as depredações de patrimônio público (pneus de viatura sendo furados, e veículos em chamas, como na greve dos bombeiros). Fico contente e parabenizo a Polícia do Exército, formada por jovens que servem ao país de coração, e que estão estabelecendo a ordem e a tranquilidade na Bahia. O Governo Federal deveria recrutar muito mais jovens e utilizá-los na segurança interna do país. Já que somos um país pacífico, e temos tranquilidade (ainda) seria ótimo contar com o exército nas ruas. Eu já precisei da polícia várias vezes, e em nenhuma delas fui atendido satisfatoriamente. Fui assaltado e fiquei vinte minutos refém dos assaltantes junto com outro colega de trabalho, e o que nos ajudou foi nossa calma ao enfrentar a situação. Chamamos a polícia assim que os assaltantes nos deixaram e saíram da agência com o dinheiro, e os policiais demoraram quarenta minutos para chegar ao local, sendo que a delegacia ficava a duas quadras da agência onde trabalhávamos. É sempre a mesma desculpa: "Não tem viatura, está atendendo uma ocorrência..." Já ouvi um tenente (pasmem) afirmar que ele não colocava policiais fazendo rondas noturnas em bairros, porque pobre não tinha nada pra ser roubado, ele só atendia o centro... Já ouvi um policial falando no ônibus que na cidade onde ele trabalhava (cidade do interior) após as dez da noite ele não atendia mais ninguém, pois queria assistir televisão. São coisas assim que fazem com que eu não concorde com greves e protestos. O salário é baixo, concordo, mas o serviço também é de má qualidade e feito com má vontade. NÃO ESTOU GENERALIZANDO, sei que há policiais competentes e dedicados que exercem prontamente a sua função, mas garanto que estes não estão em greve... Vemos tanta coisa que nos deixa mais irritados ainda com a situação: Policiais que ameaçaram uma mulher, exigindo um suborno de DEZ MIL REAIS, caso contrário, plantariam drogas na casa dela e prenderiam sua família. Os policiais covardes que espancaram pessoas que já estavam desarmadas e imobilizadas numa Praça de Porto Alegre em 2004. Policiais que favorecem as pessoas que têm dinheiro, procurando obter favores e subornos. Tudo isso faz com que eu não apoie esta greve, e bata palma quando vejo homens do exército trabalhando com vontade, fazendo o serviço como deve ser feito.
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