Submarino

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Inveja e depressão. Orgulho e preconceito. (por Wanessa Potter)

A pessoa que eu mais amo no mundo me disse que certa jovem é muito inteligente. Fiquei com ciuminho. Ouvi a tal jovem falar. Fique com raiva e com uma inveja desgraçada. Tentei pela ultima vez ouvi-la. E cometi um crime. Deletei um nerdcast do meu computador. Baixado com muito carinho por essa pessoa que eu amo. A garota é inteligente, bacana, popular, oba-oba. Nem parece uma garota. O homem que eu amo achou ela demais. Eu vomitei em cima dela. Por que eu sou assim?
Em outra ocasião, lembrei-me que certa atriz cobiçada por esse rapaz de quem eu gosto interpretou certa feita uma jovem de reputação duvidosa numa certa série de TV. E apareceu bem à vontade nessa série. Quando me toquei desses fatos, senti o sangue ferver e subir até a cabeça, numa velocidade abismal. Estou com calor até agora.
O ser humano é um grande poço de interesses e orgulhos, que machucam a si próprio e aos que estão ao seu redor. Fique com inveja das duas. Da segunda, na verdade, com ciúme. Mas da primeira, sem duvida com inveja. E isso me irrita. Tenho a consciência de que estou errada. Sei bem que a pessoa que amo me ama. Queria também achar a menina legal. Mas não. Queria ser como ela, e como não sou, quero que ela morra queimada. É fato, não adianta ser hipócrita. Mas não acho isso legal. Tenho a consciência do fato, o que na maioria das vezes não ocorre. E por isso seres humanos matam e morrem, magoam e saem magoados das coisas. Por pura inveja, orgulho. Pessoas como eu, com auto-estima baixa, se achando um nada, um grande lixo podre e fedorento. Podem achar que eu quero bancar a coitada. Não. Eu só quero atenção. Eu tenho atenção, mas algo falta em mim. Sinto os olhos marejados pensando nessas coisas, porque a vida inteira corri atrás de algo e não consegui alcançar. Por não conseguir alcançar, não tenho coragem de conversar sobre isso com a pessoa que eu amo, e acabo desabafando com pessoas que nunca vi na vida. Não queria ser assim, e quando vejo meninas conseguindo o que não consegui, desabo. E não adianta. Não ouvirei a garota, e se um dia encontrá-la em meu caminho, farei o possível para lhe causar dor e sofrimento. Estou errada. Mas sinto raiva. Uma raiva que é maior que eu. Queria ser diferente. Não sou. Sou eu mesma. Queria ser perfeita para a pessoa que eu amo. Não sou, e por mais que ele olhe em meus olhos e diga que me ama, ainda acharei que estou em dívida com ele, e que sou uma fracassada por que não fiz tudo o que podia e fiz o que não devia. Ser eu mesma me causa dor. Ser outra é mentir. Talvez esquecer as coisas que me doem seja uma alternativa. Mas isso significaria viver numa bolha.

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