Submarino
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Definição de Mulherão
A definição não é minha, mas gostei. Poderia talvez até acrescentar algumas coisas. No mundo perdido em que vivemos, onde o sexo foi banalizado, e as mulheres adoram vestir-se como prostitutas para mostrar seus corpos e ser tratadas como objeto pelos homens, esta descrição de mulherão é uma ponta de esperança. Em um mundo onde os homens esqueceram-se de valorizar as mulheres que são verdadeiras companheiras, e acham que mulheres interessantes são as vagabundas com pouca roupa e sem noção alguma de companheirismo e amor, este texto nos esclarece e nos dá esperança. Não sei quem é o autor, mas realmente gostei:
"...mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir ao trabalho e mais dois para voltar e, quando chega em casa, encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome. Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de R$ 100,00. Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta e uma família todos os dias da semana. Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento. Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dietas, que malha, que usa salto alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista. Mulherão é quem leva os filhos na escola, busca os filhos na escola, leva os filhos na natação, busca os filhos na natação, leva os filhos para a cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz. Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega. É quem, de manhã bem cedo, já está de pé, esquentando o leite. Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo, é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva, é quem opera pacientes, é quem lava a roupa para fora, é quem bota a mesa, cozinha o feijão e, à tarde, trabalha atrás de balcão. Mulherão é quem cria os filhos sozinha, é quem dá expediente de 8 horas e enfrenta menopausa, TPM e menstruação. Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos, fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis. Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia."
Eu completo: Um homem que se preza cuida de sua casa e família com a mesma atenção
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
sábado, 24 de novembro de 2012
Direto ao palavrão
"Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e
criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a
maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo
fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português vulgar que
vingará plenamente um dia. Sem que isso signifique a "vulgarização" do
idioma, mas apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e
dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole.
"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas Pra caralho, o Sol é quente Pra caralho, o universo é antigo Pra caralho, eu gosto de cerveja Pra caralho, entende?
No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não" o substituem. "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranquila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma! . O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepne", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cú!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cú!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cú!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda- se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!
"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas Pra caralho, o Sol é quente Pra caralho, o universo é antigo Pra caralho, eu gosto de cerveja Pra caralho, entende?
No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não" o substituem. "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranquila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma! . O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepne", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cú!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cú!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cú!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda- se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!
Grosseiro, mas profundo... Pois se a língua é viva, inculta, bela e
mal-criada, nem o Prof. Pasquale explicaria melhor. "Nem fodendo...""
Essa crônica, de autoria do maior escritos brasileiro que se tem notícia, é uma singela, bem singela homenagem a ele. Luis Fernando Veríssimo, 76 anos, escritor, jornalista e saxofonista, permanece internado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Seu estado ainda é grave, mas Veríssimo já responde positivamente ao tratamento. Vítima de uma infecção, Veríssimo segue sedado, respirando com a ajuda de aparelhos e submetido a hemodiálise. Rezamos pela sua melhora, para que em breve ele possa voltar a nos brindar com sua inteligência impar e capacidade inesgotável de nos fazer rir com a verdade simples e cotidiana. Força, Veríssimo. Seu legado jamais se apagará. Nem fodendo.
#forçaVeríssimo
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Parabéns aos verdadeiros músicos!
No meio de tanto lixo que tomou conta do Brasil nos dias de hoje, ainda há coisas boas que fazem bem aos nossos ouvidos. Parabéns aos músicos, não àqueles que têm um diploma de uma faculdade de música, mas parabéns pra você, que curte boa música, e que têm a música no coração. Não basta tocar bem um instrumento, é preciso fazer algo que edifique o coração de quem ouve, e alivie a alma. Música é inteligência, bom senso e talento. Parabéns! Pra vocês, "Eu Quero Sol Nesse Jardim"
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Happy birthday to you, Windows...
Há exatos 27 anos atrás foi criada a primeira versão do Windows. Hoje o sistema é utilizado pela maioria dos brasileiros e é o mais bem sucedido no mundo. No dia 26 de outubro deste ano, Bill Gates lançou a versão 8 do Windows. Parabéns, e obrigado (apesar do sistema travar de vez em quando...) Saiba mais.
Consciência Negra - Morgan Freeman
Falou tudo, não há negros, brancos ou amarelos. Há apenas seres humanos. Se não há diferenças, não precisa haver um dia lembrando isso...
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Disney e LucasFilm: Consequências
Algumas imagens que encontrei navegando por aí, que mostram as consequências da compra da LucasFilm pela Disney:
Mickey sarcástico:
Episódio VII:
O novo cowboy:
Promovida:
Luke Skywalker contempla o céu de Tatooine:
A nova trupe:
Darth Mickey's Death Star:
sábado, 17 de novembro de 2012
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Viva a República!
Década de 20: O Brasil preparava-se para comemorar o Centenário da Independência. Epitácio Pessoa era o presidente da República, e engajava-se no esforço de embelezar o Rio de Janeiro para receber os visitantes desta festa que deveria ser cheia de pompa e grandeza. O mundo estava virado pelo avesso com a Guerra Mundial que varreu a Europa de 1914 a 1918, a questão social no Brasil estava sendo levantada, as greves surgiam junto com o Partido Comunista Brasileiro e em meio a tudo isso o Brasil queria comemorar sua independência.
Mas que país era este? Participamos da Primeira Guerra Mundial e nos assentávamos na mesa da Conferência de Paz de Paris e na Liga das Nações. Vivíamos sob a chamada Primeira República (1889-1930), MAS ESTÁVAMOS REALMENTE NO NÍVEL DO MUNDO CIVILIZADO? Um exército fraco e uma economia mais fraca ainda, era isso que tínhamos. Mesmo assim, queríamos sediar a primeira das exposições universais do pós-guerra, e comemorarmos nossa "independência". A tensão política, as dívidas, a briga entre os tenentistas e a direita, a prisão do Marechal Hermes da Fonseca, tudo isso foi esquecido, ou ao menos abafado com o embelezamento do Rio de Janeiro para a recepção dos convidados da grande festa. E em setembro de 1922, mesmo sob estado de alerta, Epitácio Pessoa começou a receber seus ilustres visitantes para a Exposição Universal do Rio de Janeiro.
Hoje comemoramos a República, e novamente temos nossa cadeira no Conselho de Paz da ONU, e novamente pensamos que somos grande coisa, a oitava economia do mundo, uma potência emergente. E novamente nos preparamos para uma grande festa (déjà-vu?), que será a Copa do Mundo. E a mesma pergunta se repete: ESTAMOS REALMENTE NO NÍVEL DO MUNDO CIVILIZADO? Vivemos uma farsa, sendo nós a oitava economia do mundo e tendo grande parte da população abaixo da linha da pobreza. Somos a oitava economia do mundo, e pentacampeões no futebol, mas somos o OCTOGÉSIMO OITAVO LUGAR NO RANKING DA EDUCAÇÃO DA UNESCO! Isso mesmo, octogésimo oitavo (88º) lugar! Ou seja, existem 87 países melhores que nós em educação! Se o Brasil perde a Copa você fica maluco, mas se o seu filho reprova na escola, você dá pouca atenção. Vivemos uma guerra civil, enfrentando uma força paramilitar chamada PCC, mas ninguém admite isso, nem mesmo a polícia, que ganha a sua parte, junto com os políticos, que por isso talvez não tenham tanto interesse em combater o crime. Mas não importa, vamos, como antes, enfeitar o Brasil e preparar-nos para a festa, pois em ilusão nós somos especialistas. Viva a República.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
domingo, 11 de novembro de 2012
Fernanda Brum recebe mais um disco de ouro
Na última semana de outubro, Fernanda Brum recebeu mais uma glória na sua vida, além dos antigos cds. Recebeu mais um disco de ouro, agora pelo cd Liberta-me, lançado há mais ou menos dois meses, pela MK Music. De uma grandeza gritante, as músicas falam de libertação, arrependimento, compromisso na fé. No encarte do cd, Fernanda aparece com uma gaiola aberta. na capa, borboletas saem da jaqueta da cantora. Todas as metáforas levam para a libertação, alcançada pela firmeza na fé em Jesus, seguindo o proposito cristão.
Várias das músicas estavam escritas há algum tempo, como a faixa título, escrita com a cantora Ariane. Fernanda passeia por vários estilos, como o rap, em "Forte e Poderoso", o rock, na faixa título e em "Deus mandou", um estilo bem pop, inclusive com um solo, no meio da faixa, que lembra bastante os solos de jazz.
O álbum foi bastante elogiado, em geral, pela crítica, apesar de alguns críticos classificarem-no como excessivamente intimista. De fato, o disco é muito intimista, mas de forma alguma isso diminui a obra, ao contrário. Diante de tanta teologia da prosperidade, acho Fernanda sempre corajosa em tratar de temas que "incomodam", como ela já vez em várias obras: Coração que sangra, Aborto não, Pavão Pavãozinho, entre outras.
Parabéns para Fernanda. Não vou me cansar de elogiá-la, e que venha cada vez mais sucesso a ela.
sábado, 10 de novembro de 2012
Texto de Juan Jose Millas abala o Mundo Capitalista
Juan Jose Millas, 66 anos, escritor e jornalista. Já
ouviu falar dele? Pois é, este espanhol de Valência publicou no Jornal El Pais
um texto criticando duramente o sistema capitalista, e este texto tornou-se o
mais lido do jornal. Divulgado e debatido em redes sociais, o texto fala – a princípio
– da crise espanhola, mas serve para todo o mundo. O capitalismo e o consumismo
oprimem o ser humano, que não percebe, e a economia explora e destrói nossas
vidas. Somos manipulados, e ainda vivemos num sistema feudal. Leia, e veja a verdade:
“Um Canhão pelo Cú
(texto de Juan Jose Millas publicado em agosto de 2012 no Jornal El
Pais)
Se percebermos bem – e não é fácil, porque somos um
bocado tontos -, a economia financeira é a economia real do senhor feudal sobre
o servo, do amo sobre o escravo, da metrópole sobre a colônia, do capitalista
manchesteriano sobre o trabalhador explorado. A economia financeira é o inimigo
da classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo
de criança num bordel asiático.
Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer
com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de
sequer ser semeada. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação,
uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e
este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que
durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se
afunde sem que tu ganhes mais caso suba, apesar de te deixar na merda se
descer.
Se o preço baixar demasiado, talvez não te compense
semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua
vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região
geográfica em que estejas – e não há nenhuma segura. É disso que trata a economia
financeira.
Para exemplificar, estamos a falar da colheita de
um indivíduo, mas o que o porco filho da puta compra geralmente é um país
inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que
com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à
meia-noite. Um país que, da perspectiva do terrorista financeiro, não é mais do
que um jogo de tabuleiro no qual um conjunto de bonecos Playmobil anda de um
lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.
A primeira operação do terrorista financeiro sobre
a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja,
retira-lhe todo o caráter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa,
pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a
divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição.
Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista econômico que
acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país – este, por acaso -, e diz
“compro” ou “vendo” com a impunidade com que se joga Monopólio e se compra ou
vende propriedades imobiliárias a fingir.
Quando o terrorista financeiro compra ou vende,
converte em irreal o trabalho genuíno dos milhares ou milhões de pessoas que
antes de irem trabalhar deixaram na creche pública – onde estas ainda existem –
os filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos
pelos governos de meio mundo mas sobreprotegidos, desde logo, por essa coisa a
que chamamos Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para
cujos cofres estão a ser desviados neste preciso momento, enquanto você lê
estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres.
E não são desviados num movimento racional, justo
ou legítimo, mas num movimento especulativo promovido por Merkel com a
cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro.
Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem
creche ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos
sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos
coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades
humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes. Somos simples
mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola
pública, tornamo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o
terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus
ou da pátria.
A ti e a mim, estão a pôr nos vagões do trem uma
bomba diária chamada prêmio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em
nome da economia financeira. Avançamos com rupturas diárias, massacres diários,
e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas
ações terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas
vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos
mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.
A economia financeira, se começamos a perceber,
significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os
documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma.
Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A atividade principal da
economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido
quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os
valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.
Aqui se modifica o preço das nossas vidas todos os
dias sem que ninguém resolva o problema, ou mais, enviando as autoridades para
cima de quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as autoridades empenham-se a fundo
para proteger esse filho da puta que te vendeu, recorrendo a um esquema
legalmente permitido, um produto financeiro, ou seja, um objeto irreal no qual
tu investiste, na melhor das hipóteses, toda a poupança real da tua vida.
Vendeu fumaça, o grande porco, apoiado pelas leis do Estado que são as leis da
economia financeira, já que estão ao seu serviço.
Na economia real, para que uma alface nasça, há que
semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver.
Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e faturar a 30, 60 ou 90
dias. Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que
terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços
comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há
que tirá-la do buraco.
A economia financeira não se contenta com a mais-valia
do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso
brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça
da mesma forma que um terrorista doentio, passo à redundância, brinca enfiando
o cano da sua pistola no rabo do sequestrado. Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a
cumplicidade dos nossos difusores das ideias neoliberais.”
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Quem não gostar, que atire a primeira pedra
Antes que algum desavisado pie, como um IDIOTA DISCEREBRADO que, diante de um post criticando a greve na ECT, mandou-nos ir trabalhar na própria - quando o Marvin era funcionário da ECT há oito anos, e eu já tinha até pedido demissão da empresa - OS DONOS DESSE BLOG SÃO PROTESTANTES. Protestantes com bom senso. Elogiem, critiquem, mas com educação e inteligência.
#chupapastor
Música não se faz com a bunda
Só um lembrete aos que curtem funk, forró, samba, pagode, sertaneja e todo esse lixo que está aí e é chamado erroneamente de cultura:
"Música se faz com a cabeça, música se faz com o coração. Música se faz com atitude, música não se faz com a bunda não. Viva o rock nacional!" (Bruno - Biquine Cavadão)
terça-feira, 6 de novembro de 2012
O gênio do photoshop
Vídeo do Alexander Koshelkov fazendo mágicas no photoshop. Irado demais! um dia eu serei como ele...
domingo, 4 de novembro de 2012
Pergunte ao Urso encerra suas atividades
O blog Pergunte ao Urso encerrou suas atividades após 5 anos de atuação. Foi uma experiência de produção de conteúdo e desenvolvimento para Marcelo Vitorino, paulista de 33 anos, seu editor. O que achei interessante foi o case do blog, sua história, que nos traz a experiência completa do seu criador e muitas dicas excelentes para quem está começando. Um ótimo manual para quem se aventura no campo da mídia social. Veja o case completo.
Vendo pra crer
Fofuras nerds
Nerds FPC (fo.. pra cara...)
Mais momentos fofinhos
(roubado do kibeloco)
Gênio
Mesmo sendo montagem, é assustador...
Você entra no elevador, tranquilo, quando...
Rock win
Epic win
Mais uma sacaneando Harry Potter e o prof. Snape...
Pra encerrar, para de reclamar da vida e agradece a Ele por mais um dia.
(Roubadas do insoonia)
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Vem aí o novo livro de Eduardo Spohr: Anjos da Morte
"...das sangrentas praias da Normandia ao colapso da União Soviética..." o enredo promete. O novo livro de Eduardo Spohr, autor de A Batalha do Apocalipse, e Filhos do Éden, Herdeiros de Atlântida ainda não tem data para lançamento, mas já temos uma prévia do que será. Apesar de muitos ~entendidos~ em literatura criticarem o Eduardo, tenho grande apreço por este autor. Em primeiro lugar por ser um autor brasileiro que escreveu algo interessante, fugindo da nossa literatura chata e insuportável, e em segundo lugar por seu carinho e respeito com os leitores, pois atende a todos como pode, respondendo emails, twits e comentários. Desejo sucesso e parabenizo sua dedicação. Eduardo, um abraço.
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