Submarino

domingo, 11 de março de 2018

Fahrenheit 451 - Ray Bradbury

O que dizer de Fahrenheit 451? O livro de Ray Bradbury é uma lição, pois a distopia ali apresentada é quase o que vivemos hoje. Não há ainda ninguém queimando livros, mas há muitos desprezando o conhecimento e inibindo a educação para que tudo pareça correto, para que não vejamos o que realmente ocorre na sociedade.

Na distopia apresentada no livro, os bombeiros queimam os livros que são encontrados nas casas, pois livros são uma ameaça. E como dizia Heinrich Heine: "Onde se lançam livros às chamas, acabam por queimar também os homens". As demais personagens vivem dedicando toda sua vida a uma espécie de vida virtual, apresentada nas telas gigantes dentro de suas casas, interagindo com personagens aos quais chamam de família, esquecendo de viver e se socializar com seus entes queridos reais. 

Montag, um bombeiro, conhece Clarisse, que é uma menina "estranha", pois sua família ainda "perde tempo" conversando e rindo, e ela caminha pelas calçadas, sentindo os cheiros, a luz do sol, a brisa, vivendo sua vida, questionando e aprendendo coisas novas. E esse jeito de Clarisse incomoda, e depois impressiona Montag, que acaba abandonando seu posto de bombeiro, entendendo o poder de um livro, o poder de questionar, de conversar, de aprender e de viver de verdade.

Leia o livro e questione, aprenda, opine, converse, sorria. Faça como Clarisse, mesmo que os outros te mandem para um psiquiatra. Não vivemos a vida se não a questionarmos, se continuarmos fechados olhando para as paredes das redes sociais ou das respostas prontas. Precisamos ler e aprender, precisamos carregar o conhecimento conosco, pois algum dia - como Montag descobriu - essa carga poderá ajudar alguém.