O filme Noé, de Darren Aronofsky, estreado por Russell Crowe (melhor Noé impossível), Emma Watson (HP), Anthony Hopkins (Hannibal Lecter), Jennifer Connelly (já foi esposa de Crowe em Uma mente brilhante), está agradando o público, com a releitura da aventura épica de Noé contada na Bíblia. Parece que não somente fundamentalista idiotas evangélicos - entre eles a pastora Fernanda Brum, om uma crítica totalmente vazia e preconceituosa, mas tudo bem, não vou deixar de gostar dela porque ela perdeu o bom senso - mas até determinados blogueiros famosos desse país estão criticando o filme porque "distorce a bíblia". As quatro páginas da bíblia. Eu não vou me abalar a falar quão idiota é criticar algum filme BASEADO na bíblia que acrescentou algo a história, ou modificou. BASEADO não é cópia fiel. Se o filme, ou série, ficou bom e passou sua mensagem, a crítica não tem fundamento (ao contrário das novelas da Record que não só rasgam a bíblia como são horríveis).
O pastor e cantor mexicano Jesús Adrian Romero, radicado nos EUA, foi na contramão da maioria de seus colegas e entendeu a mensagem do filme. Seu depoimento foi divulgado em seu facebook e está disponível no site Gospel mais. O que me deixa com mais raiva são os comentários do próprio site, que se manteve levemente neutro. Internautas criticam o filme, o pastor, sempre com a desculpa de que o filme distorceu a bíblia. Um "inteligente", inclusive, disse que "não é arte, é a palavra de Deus", referindo-se ao fato de que o filme não é um filme comum, mas um filme calcado na bíblia.
MAS NÃO É UM FILME DE EVANGELIZAÇÃO, CAC*TE! O objetivo do Noé de Aronofsky é contar a história de Noé da SUA forma, não necessariamente evangelizar. As pessoas acham que a bíblia é intocável. Eu na minha ignorância, só acho que filmes que se BASEIAM na bíblia são mais uma oportunidade de compreender a palavra, mesmo quando a intenção principal não é essa.
Watson com o Matusalém de Hopkins. A personagem de Emma, Ilá, não existe na Bíblia. Isso não diminui o brilhantismo das duas, personagem e atriz.
Segue o comentário de Romero:
"Ontem eu fui ver o filme ‘Noé’, e em seguida, deixei recomendações
através de redes sociais. Alguns líderes que não entendem de cinema
estão desencorajando as pessoas, dizendo para não irem ver o filme,
argumentando que se afasta da narrativa bíblica… Sério? Assim como em
‘Noé’, todo filme precisa fugir um pouco da narrativa e incluir alguma
ficção. A história bíblica de Noé está contida em apenas quatro folhas
da Bíblia, o que é muito pouco material para fazer um roteiro de filme.
Em compensação, uma série de livros que se tornaram roteiro de filme,
quase nunca é seguida ao pé da letra."
"Na arte há o que é conhecido como ‘licença poética e artística’, e esta
é a liberdade que tem o produtor, ou compositor, ou poeta, para ficar
longe de certas regras ou detalhes, a fim de melhor comunicar uma
história. Acredito que aqueles que estão proibindo o filme não entendem
que o cinema é arte. Estamos muito acostumados a encontrar o erro e o
diabo em tudo, e dificilmente encontrar Deus. Sem entrar em detalhes,
para não contar o filme, houve momentos em que eu estava profundamente
tocado pela mensagem, e embora eu ache que a ideia do produtor deste
filme seja o evangelismo, a história bíblica foi apresentada como arte. O
filme abre uma excelente oportunidade para a evangelização e discussão
sobre temas espirituais. Outros reclamam que o filme usa fantasia e tem
alguns erros bíblicos, mas a verdade é que, por vezes, eu ouvi mais
fantasia e erros bíblicos em pregações diretamente dos púlpitos, porém
ninguém faz nada a respeito. Aproveite o filme."
Eu e o Sérgio fomos ver o filme. E sai profundamente tocada e emocionada. Sem a pretensão de evangelizar, o filme foi muito mais fiel a bíblia do que eu esperava, com detalhes que somente quem conhece as escrituras sabe, como a benção de Noé a Jafé e Sem e o fato de que a descendência de Set não comia carne - eu não sabia dessa. Além dos bons efeitos, as atuações excelentes de Crowe, enlouquecendo as poucos com a missão do Senhor, Emma, cuja personagem cresce imensamente ao longo da história e a atriz fica a altura, e o britânico Ray Winstone, que me surpreendeu como o deplorável Tubalcain, um retrato fiel do que a humanidade se tornou. Essa é a mensagem do filme: o que somos? O que fizemos com este planeta? Vamos continuar com nosso egoísmo e maldade? Lamento profundamente aqueles que não entenderam a mensagem. Uma mensagem bela de fé, amor e bondade.
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